Nos últimos dias fiz um resgate dos malditos, e de outros nem tão malditos assim, da música brasileira. Na verdade, vou confessar, alguns consagrados também. Um resgate de minha memória musical. Fui atrás de discos, bandas, interpretes... sons que conhecia e sons que ainda eram um tanto quando desconhecidos para mim.
Esqueci por algum tempo do “bom e velho rock’n’roll”, para usar uma frase clássica. E esqueci também de alguns músicos brasileiros muito caros para mim, tais como, Chico Buarque, Vinicius de Moraes, Tom Jobim, Baden Powell, Novos Baianos, Jorge Ben, Caymmi, Cartola e também Raul Seixas.
Agora gostaria de compartilhar com os possíveis leitores algumas maravilhas musicas ou até mesmo, pode-se dizer, importantes manifestos contra-culturais, verdadeiros documentos históricos.
Serão 3 posts, cada um com um disco selecionado, tentando abranger a diversidade de música e artistas envolvidos utilizando de 3 classificações distintas.
Segue o primeiro:
OS MARGINALIZADOS
Escolhi o disco Revolver – não o bom, mas normalmente superestimado clássico álbum pop de 1966 – mas ao contrário, um álbum nacional, de 1975 do compositor Walter Franco. Este caracteriza os marginalizados da música brasileira. Isso mesmo, marginalizados, nem malditos são. A classificação se dá para certos discos que ficam a margem de qualquer adjetivo vindos da maior parte dos possíveis apreciadores. A margem seja por desconhecimento ou por descaso. Este álbum em especial, ao menos já teve algum reconhecimento, quando avaliado pela revista Rolling Stones (que fique anotado neste depoimento que não gosto desta revista), o colocando em quinquagésimo lugar na lista Top 100 Álbuns de Música Brasileira.
No álbum Revolver Walter Franco continua sua “Mixturação”! Esse é o título da primeira faixa de seu trabalho de estréia e me parece uma ótima definição para seu estilo, uma verdadeira mistura de sons. Essa atitude sonora o colocou sempre na vanguarda artística em seu tempo, mesmo não participando de nenhum movimento cultural musical tais como Bossa Nova ou mesmo o Tropicalismo.
Sobre do álbum: Seu título Revolver (não Revólver), pois segundo Walter Franco, “no princípio era o verbo”. Utiliza-se de muitas guitarras, o aproximando do rock, bem como elaborados efeitos de estúdio, mas mesmo assim fica claro que o disco não se prende a nenhum estilo de arranjo, mas está sempre buscando uma sonoridade diferente.
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ResponderExcluirVale ressaltar igualmente, o aspecto colocado no texto original, de que os fatos oficiais sobre o "LP" são que os efeitos podem ser totalmente alucinógeos.
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