tag:blogger.com,1999:blog-17363346492183492482024-03-13T07:17:23.399-07:00Pensa A CabeçaPensa A Cabeçahttp://www.blogger.com/profile/07799901516520049785noreply@blogger.comBlogger32125tag:blogger.com,1999:blog-1736334649218349248.post-31659689223031114012012-07-23T11:13:00.000-07:002012-08-10T06:42:08.791-07:00O Par de Sapatos<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<o:p></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-mz9v8fl-Fz0/UA2TimAYHjI/AAAAAAAAAMM/nCtAyUMzkEk/s1600/pair-shoes-6_3829.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="331" src="http://4.bp.blogspot.com/-mz9v8fl-Fz0/UA2TimAYHjI/AAAAAAAAAMM/nCtAyUMzkEk/s400/pair-shoes-6_3829.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: right;">
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><span style="line-height: 14px;">Vincent Van Gogh, O Par de Sapatos, 1886 (Óleo sobre tela)</span></span></div>
</div>
</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O sapato é ainda
pensado aqui como instrumento (utensílio), mas ele não se mostra mais via o
longo e penoso caminho trilhado por <i>Ser e
Tempo</i>: de um “ser-a-mão”, para, ao se quebrar, ao se retirar de sua
mundanidade, passar a “ser-diante-da-mão”. A obra de arte diz mais que a mera
objetivação do instrumento: ela inaugura um mundo. Vejamos:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 3.0cm; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;">“Na obscura intimidade do oco do
sapato está inscrita a fadiga dos passos do labor. No peso rude e sólido do
sapato está contida a lenta e teimosa marcha através do campo, ao longo dos
sulcos sempre semelhantes, estendendo-se ao longe sob o vento. No couro reinam
a umidade e a riqueza do solo. Sob a sola encontra-se a solidão do caminho do campo
que se perde quando a noite cai. Nesses sapatos vibra o apelo silencioso da
terra, seu dom silencioso do grão que amadurece, sua secreta recusa de si mesmo
no árido pousio dos campos invernais. Por meio desse instrumento perpassa a
muda preocupação com a segurança do pão, a alegria sem palavras de novamente
sobreviver à escassez, o frêmito do nascimento iminente, o tremor diante da
morte que ameaça. Esse instrumento pertence à terra, e está ao abrigo do mundo da
camponesa. No seio desse pertencimento protegido, o instrumento repousa em si
mesmo.” (HEIDEGGER, Hw, p.23)</span><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 3.0cm; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Para
compreender o ser-obra da obra é necessário pôr-se na experiência pensante do circulo
hermenêutico, que não mais, a partir de um princípio filosófico, aponta o que é
obra de arte e o que não é, via dedução; bem com não parte da reunião de diversas
obras para assim buscar um conceito de obra de arte, via indução. Por mais que
esse mundo inaugurado possa parecer subjetivo, é necessário atentar para fato
de que para entrarmos no circulo e não cairmos nas garras de concepções puramente
estáticas ou filosóficas, temos que, em primeiro lugar, realizar a experiência
da obra via a própria obra. É somente a partir dela que o mundo se funda.</span><o:p></o:p></div>Pensa A Cabeçahttp://www.blogger.com/profile/07799901516520049785noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1736334649218349248.post-27472319494818480012012-07-11T13:11:00.002-07:002012-07-20T08:41:47.252-07:00A Validade Hermenêutica de Aristóteles<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> A partir da abordagem de fusão de
horizontes enquanto momento de aplicação, que também mostra que de acordo com a
história da hermenêutica é possível abordar um conceito pleno de hermenêutica
composto por três tipos de hermenêuticas distintas: filológica, teológica e
jurídica, Gadamer destaca o caráter aplicacional da hermenêutica teológica e
principalmente da hermenêutica jurídica, e conclui que também o hermeneuta da
história a todo o momento que interpreta, aplica, na medida em que supera a
distancia temporal entre ele e o texto, visto que toda compreensão envolve um
aspecto de aplicação. Em sua essência a experiência hermenêutica envolve três
momentos, um tão originário quanto o outro, e que se dão por inter-relação
sempre: compreensão, interpretação e aplicação. É essencial que ao compreender
e interpretar implique-se sempre uma aplicação, ou ao menos uma articulação
para uma aplicação. A aplicação remete a concretude do compreender, pois o
aplicar se dá a cada momento e em cada situação concreta, e sempre de uma
maneira nova e distinta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Partindo do princípio de aplicação
que está fundado em todo compreender, Gadamer destaca a validade hermenêutica
de Aristóteles, a partir de sua ética. Em oposição à filosofia intelectualista
socrático-platônica, que submete o saber prático ao saber teórico, Aristóteles
desenvolve sua ética, onde o bem, ou a virtude moral, não são universais e
imutáveis; ou seja, para Aristóteles, não existe bem, virtude, ou excelência na
teoria pura, a margem de um saber que visa à concretude da situação. O destaque
aqui é dado a dissociação do divino e do humano, onde a teoria se apresenta
como algo imutável e universal – típico dos deuses –; e a prática é aquilo que
pode ser de outro modo, isto é, sua essência é vinculada ao mundo concreto dos
seres humanos. No livro II de sua <i>Ética a Nicômaco</i>, Aristóteles aborda o
termo <i>ethos</i> e explicita seu caráter
prático, dissociado de qualquer natureza e assim também de qualquer pretensão
de universalização absoluta:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 3.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #999999;">“a virtude moral é adquirida em resultado do hábito, donde
ter-se formado o seu nome (<i>ethiké</i>)
por uma pequena modificação da palavra <i>ethos</i>
(hábito). Por tudo isso, evidencia-se também que nenhuma das virtudes morais
surge em nós por natureza; com efeito, nada do que existe naturalmente pode
formar um hábito contrário à sua natureza. [...] Não é, pois, por natureza, nem
contrariando a natureza que as virtudes se geram em nós. Diga-se, antes, que
somos adaptados por natureza a recebê-las e nos tornamos perfeitos pelo
hábito.” (ARISTOTELES, 1981, p.27)</span><span style="color: #231f20;"><o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 3.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> As virtudes morais não se importam
com as leis universais da natureza, seu sentido válido se dá por seu
reconhecimento como mutáveis e em vista de uma certa “regularidade limitada dos
estatutos humanos e de suas formas de comportamento” (GADAMER, 2004, p.412).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> A atualidade hermenêutica de
Aristóteles está fundada na relação que sua ética tem com o próprio conceito de
<i>ser-ai</i> de Heidegger. Aqui cabe uma
retomada deste conceito: o ser-ai, ou seja, o ser enquanto abertura, é o
existencial fundamental em Heidegger, e se dá na abertura em três estruturas
existenciais distintas igualmente originárias: a disposição, o compreender, e o
discurso. Em uma primeira aproximação, a abertura enquanto disposição, dado a
sua estrita relação com o tempo – visto que ela (a disposição) se dá em vista
de nosso passado, isto é, de nosso sido; pois somos sempre já afetados pelo
mundo (aqui ‘mundo’ enquanto mundanidade, ou totalidade de remissões, não um
mundo no seu sentido ôntico, ou seja, enquanto ente) – mostra a quantas anda o
ser e de que modo ele está acostumado com o mundo, e se manifesta através de
uma disposição de humor. O compreender se apresenta como um existencial tão
originário quanto a disposição, visto que “toda a disposição sempre possui a
sua compreensão, mesmo quanto a reprima” (HEIDEGGER, 2009, p.202); no entanto,
ao contrário da disposição, a orientação do compreender está voltada para o
futuro, isto é, para nosso por-vir. Portanto, compreensão se apresenta como
nosso poder-se enquanto condição ontológica da interpretação. É em vista desse
conceito de ser-ai que Gadamer trabalhar a questão de Aristóteles, numa análise
do comportamento hermenêutico do ser-ai, pois ele não está fundado nem no
âmbito essencialmente teórico, nem no âmbito essencialmente prático. A questão
é a seguinte: como nos comportamos em relação aos outros entes (coisas /
objetos)? Para Heidegger, em sua análise do ser-ai, não há objeto. O termo
heideggeriano que mais se aproxima de objeto é o “ser simplesmente dado”. Essa
abordagem é tomada, pois como o ser-ai nunca se apresenta como um sujeito para
opor-se a um objeto, sua essência é antes de tudo ser-no-mundo. Uma tomada
puramente objetiva aqui encerraria em si uma contradição, visto que foi
explicitado a oposição das abordagens “sujeito/objeto” e “ser-no-mundo”. O
ser-ai trata do objeto enquanto estando “diante da mão”. Daqui para frente, ao
usarmos os termos “simplesmente dado” e “diante da mão” estaremos sempre
tratando da relação do ser-ai com as coisas do mundo. Acontece que existe um
outro tipo de relação que temos com os outros
mais originária que o do “ser diante de mão”: é a do “utensílio”
enquanto “à mão”, ou seja, em sua manualidade. A relação entre esses conceitos
heideggerianos e outros conceitos aristotélicos, que ainda serão retomados,
está apresentada no quadro abaixo:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<table border="1" cellpadding="0" cellspacing="0" class="SombreamentoMdio2-nfase11" style="border-collapse: collapse; border: none; margin-left: 40.85pt; width: 526px;">
<tbody>
<tr>
<td style="background: #4F81BD; border: solid windowtext 1.0pt; mso-background-themecolor: accent1; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 106.3pt;" width="142"><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-yfti-cnfc: 517; text-align: center;">
<br /></div>
</td>
<td style="background: #4F81BD; border-left: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-background-themecolor: accent1; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 144.05pt;" width="192"><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-yfti-cnfc: 1; text-align: center;">
<b><span style="color: white;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">MAIS
ORIGINÁRIOS<o:p></o:p></span></span></b></div>
</td>
<td style="background: #4F81BD; border-left: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-background-themecolor: accent1; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 144.1pt;" width="192"><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-yfti-cnfc: 1; text-align: center;">
<b><span style="color: white;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">MENOS
ORIGINÁRIOS<o:p></o:p></span></span></b></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td rowspan="3" style="background: #4F81BD; border-top: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-background-themecolor: accent1; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 106.3pt;" width="142"><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-yfti-cnfc: 68; text-align: center;">
<b><span style="color: white;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">HEIDEGGER<o:p></o:p></span></span></b></div>
</td>
<td style="background: #D8D8D8; border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-background-themecolor: background1; mso-background-themeshade: 216; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 144.05pt;" width="192"><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-yfti-cnfc: 64; text-align: center;">
<span style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Utensílios<o:p></o:p></span></div>
</td>
<td style="background: #D8D8D8; border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-background-themecolor: background1; mso-background-themeshade: 216; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 144.1pt;" width="192"><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-yfti-cnfc: 64; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #444444;">“Objeto”</span><o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 144.05pt;" width="192"><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Manualidade<o:p></o:p></span></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 144.1pt;" width="192"><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Simplesmente
dado<o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="background: #D8D8D8; border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-background-themecolor: background1; mso-background-themeshade: 216; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 144.05pt;" width="192"><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-yfti-cnfc: 64; text-align: center;">
<span style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">À mão<o:p></o:p></span></div>
</td>
<td style="background: #D8D8D8; border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-background-themecolor: background1; mso-background-themeshade: 216; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 144.1pt;" width="192"><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-yfti-cnfc: 64; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #444444;">Diante da mão</span><o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td rowspan="2" style="background: #4F81BD; border-top: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-background-themecolor: accent1; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 106.3pt;" width="142"><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-yfti-cnfc: 4; text-align: center;">
<b><span style="color: white;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">ARISTÓTELES<o:p></o:p></span></span></b></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 144.05pt;" width="192"><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Poiesis</i> (Produção)<o:p></o:p></span></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 144.1pt;" width="192"><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Episteme
(Ciência)<o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="background: #D8D8D8; border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-background-themecolor: background1; mso-background-themeshade: 216; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 144.05pt;" width="192"><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-yfti-cnfc: 64; text-align: center;">
<span style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Techne</i> (Arte / Técnica)<o:p></o:p></span></div>
</td>
<td style="background: #D8D8D8; border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-background-themecolor: background1; mso-background-themeshade: 216; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 144.1pt;" width="192"><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-yfti-cnfc: 64; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #444444;">Sophia (Sabedoria)</span><o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> A tabela acima mostra que tanto para
Aristóteles quanto para Heidegger existe um modo de tratar as coisas do mundo
mais originário que a ciência que objetiva a coisas e também que o próprio
saber teórico puro, proveniente da <i>sophia</i>.
Em Aristóteles a <i>sophia</i> tem primazia
conceitual a <i>episteme</i> e a <i>phronesis</i> tem primazia ao conceito de
techne. <i>Phronesis</i> é a excelência do
saber prático e é comumente traduzido por prudência. No entanto tanto a teoria,
quanto a prática se dão sempre no <i>Logos</i>,
mas já em Aristóteles existiria, o que poderemos chamar aqui de um outro tipo
de consciência, que está acima do <i>Logos</i>:
o Nous, que Heidegger entende como sendo a estrutura prévia da compreensão. Por
sua vez, os famosos conceitos de potencia e ato de Aristóteles, aqui são tomados
como as condições internas que permitem transições; é o modo que me comporto
numa situação concreta que efetiva o ato. É pelo compreender que a situação
concreta aparece, e o bem, como constituinte do saber prático, só se mostra na
situação concreta. O bem agir, dado sua essência de ação, é sempre um novo bem
a cada situação concreta, visto que na situação concreta a urgência á
fundamental, pois exige sempre uma nova tomada de decisão. Todos esse conceitos
relacionados à prática demonstram sua oposição categórica para o saber teórico
e desvincula um de outro na medida que mostra que não é possível utilizar-se de
construtos teóricos para mandar no agir, nem mesmo em vista de um método de
ação. Não existe nenhum método para a vida moral; nem mesmo o hábito, destacado
pelo conceito de <i>ethos</i>, é um método;
pois por mais que se conheça os pressupostos de uma situação a partir de
vivencias anteriores, a decisão, ou o agir, é sempre uma nova situação; ou
seja, só a disciplina não dá conta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Voltando a Heidegger, com o intuito
de ressaltar a importância da abordagem gadameriana sobre a validade
hermenêutica de Aristóteles, tomemos o conceito de “em vista do que”, ou “em
virtude de que” (Worum-willem). A questão proposta por Heidegger é a de que
nosso ser não pode ser analisado nem como utensílio (à mão), nem como objeto
(ao alcance na mão). Heidegger nos parágrafos 29 e 30 de <i>Ser e Tempo</i> trabalha com o conceito de “angústia”: para ele não nos
angustiamos com os entes, mas com o mundo (totalidade de remissões); ou melhor,
nos angustiamos com o nosso próprio ser-no-mundo. O mundo enquanto totalidade
de remissões produz uma série de “para-quês”, ou seja, para que o utensílio
serve; o problema é que não encontramos um “em virtude de que” esse “para-quês”
se organizam. E é na angustia, na pergunta pelo “em virtude de que”, que o
mundo é reduzido a um “nada” (<i>nicht</i>).
O nada surge exatamente do conceito de ser-ai enquanto projeto, visto que nele
não há encerrado nada de essencial. No entanto o caráter positivo da angustia é
que é nela que nosso ser se abre para se compreender mais propriamente, pois
compreender que somos um nada é compreender que somos um projeto, ou seja,
somos em movimento. Neste ponto Heidegger se apropria da abordagem nietzschiana
da interpretação a partir da finitude, dada como constituinte de nosso ser-ai.
A diferenciação é que para Heidegger, Nietzsche com sua “vontade de potencia”
encerrou o último paradigma da metafísica e inclusive afirma, talvez para o
desgosto de seu antecessor, que ele seria, por conta disso, o mais irrestrito
platônico da história da filosofia (HEIDEGGER, Sem data). Outro termo que
ressalta o caráter de que nossa vida, tomada mais propriamente, não possui
consolo metafísico algum, ou seja, não pode ser objeto de construto teórico, é
o abismo (<i>abgrund</i>) – tradução
literal: sem chão – que aparece em Kierkegaard: para esse existencialista
cristão, na angústia somos levados a tomar uma decisão: ou você salta, ou
você recua.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> A retomada da questão aristotélica
passa por essas observações, pois Aristóteles tem um termo concorrente ao “em
virtude de que” heideggeriano: traduz-se da mesma forma: “em virtude de que” (<i>houheneka</i>). Em Aristóteles o conjunto de
todos os “para-quês”, ou melhor o seu “em virtude de que” é a felicidade (<i>eumaimonia</i>). Acontece que mesmo que
Aristóteles admita que seja possível atingir a excelência em ambos os campos
(teórico e prático), é possível tomar uma leitura de Aristóteles onde no campo
da prática é que a felicidade se dá, pois a excelência da prática só se dá na
prática, e ela, com já mencionada, é a <i>phronesis</i>.
A virtude prática é a ação (práxis) e a <i>phronesis</i>,
como prudência é a ação reiterada; ou seja, é preciso manter certa disposição,
para afirmar a virtude a todo tempo e a cada situação nova. A questão, que já
se mostrava nas digressões a cerca da angústia heideggeriana, é que de antemão,
o que é correto fazer, não é dado; é necessário saber de novo o que fazer,
enfrentar novamente os desafios. Heidegger traduz o termo <i>phronesis</i> como “consciência”, seu intuito é atentar para a
necessidade de se atender o clamor da consciência. Aqui consciência não é
tomada como apenas uma substância pensante, é mais que isso, é um conhecimento
de nosso próprio ser. Por isso a <i>phronesis</i>
não pode ser esquecida; ou você a tem, ou não a tem; o saber que diz respeito a
ela não é de memória, e nem pode, pois ele é sempre novo a todo o momento. A <i>phronesis</i> é a própria consciência em
movimento. Estar consciente é portanto perceber-se a si mesmo, e tornar a ação
transparente é fazer com que eu perceba mais propriamente meu próprio ser.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> O objetivo de Gadamer ao retomar
Aristóteles é demonstrar que toda e qualquer ciência do espírito não pode
utilizar do paradigma do saber teórico em primazia ao prático. Na Grécia antiga,
antes mesmo de Aristóteles, o saber teórico era vinculado ao saber matemático,
ou seja, algo imutável e perene – o próprio pitagorismo é exemplo dessa
relação; como uma das influencias a Platão (filosofo intelectualista), o
pitagorismo tomava os números como tendo um caráter divino. As ciências do
espírito não compartilham dessa abordagem, pois tratam daquilo que pode ser de
outro modo, ou seja, elas se apresentam como ciências morais, isto é: seu
objetivo é o saber que o homem tem sobre si mesmo. Dada a característica
hermenêutica do nosso próprio ser-ai, já destacada acima, fica claro que ao
analisarmos qualquer assunto que diz respeito diretamente ao homem é necessário
tomarmos a abordagem aristotélica da prática, pois como ao contrário da <i>techne</i> que produz a partir de matérias
dados, a <i>phronesis</i>, sem material, só
pode produzir o próprio homem. O homem em formação, por meio da <i>phronesis</i>, produz a si mesmo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> Aqui Aristóteles se opõe, via
Gadagmer, a uma abordagem kantiana, que a meu ver tem um fundo platônico, pois
o apelo do primeiro é para a concretude de nossa vida cotidiana e do segundo
para um formalismo; no que diz respeito à abordagem, a de Aristóteles é
claramente hermenêutica e a de Kant é a de fundamentação teórica. Aristóteles
demonstra a relação que a técnica tem com o saber moral e estritamente com o
direito, pois assim como o artesão que usa dos materiais disponíveis, e só na
aplicação a um caso particular é que ele os adequa, e a cada vez de uma forma
nova, o jurista também adequa a lei, que é universal, a situação concreta, que
é particular: a adequação é a verdadeira ação do direito. O termo que designa
essa adequação já está em Aristóteles: equidade (<i>epieikeia</i>). Esse termo caracteriza a própria adequação da lei a
cada caso, pois ser justo não é ser sempre o mesmo. A hermenêutica jurídica,
que tem importância como paradigma a ser seguido pelas ciências do espírito, possui
como característica primordial a aplicação da lei, que é sempre abstrata e deve
ser adequada a situação concreta por meio da equidade. A equidade deve ser
portanto uma virtude do bom juiz.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraph" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 35.45pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #999999;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #999999;">REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:</span><span style="color: #231f20;"><o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;"><span style="color: #999999;">ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Abril Cultura; São Paulo. 1978</span><span style="color: #231f20;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;">GADAMER,
Hans Georg. <b>Verdade e método I:</b> traços fundamentais de uma hermenêutica
filosófica. 6. ed. Petrópolis: Vozes; Bragança Paulista, SP: Editora
Universitária São Francisco, 2004.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif;">HEIDEGGER,
Martin. <b>Ser e tempo.</b> 4.ed. Petrópolis: Vozes, 2009.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="background-color: white; font-family: Arial, sans-serif; line-height: 150%;">HEIDEGGER,
Martin. <b>A doutrina de Platão sobre a verdade.</b> Disponível em: </span><a href="http://moodle.ufsc.br/mod/resource/view.php?id=268993" style="background-color: white; line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, sans-serif;">http://moodle.ufsc.br/mod/resource/view.php?id=268993</span></a><span style="background-color: white; font-family: Arial, sans-serif; line-height: 150%;">.</span><span style="background-color: white; font-family: Arial, sans-serif; line-height: 150%;"> </span></div>
</div>Pensa A Cabeçahttp://www.blogger.com/profile/07799901516520049785noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1736334649218349248.post-18375386830062666822012-07-09T00:53:00.000-07:002012-07-10T10:44:59.516-07:00FOUCAULT, O FILOSOFO DA CONCRETUDE<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: center; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: x-small;"></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 150%;">Vinicius
Nesi</span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span lang="EN-US" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 150%;">Prof.° Dr. Selvino J. Assmann</span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 150%;">UFSC
– Universisade Federal de Santa Catarina</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 150%;">Filosofia
– Filosofia Política II</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 150%;">10/07/2012</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">RESUMO:
O presente trabalho visa estabelecer relações entre a abordagem filosófica do
filosofo francês Michel Foucault e o filosofo alemão Martin Heidegger, a partir
dos seguintes trabalhos: <i>O Sujeito e o
Poder</i> (Foucault); <i>Totalitarismo ou
biopolitica</i> do filosofo italiano Roberto Esposito; e <i>O Abuso de Obediência</i> do filosofo francês Fréderic Gros. O objetivo
desta relação é caracterizar Foucault como um filosofo da concretude em
oposição a abordagens filosóficas abstratas que tratariam erroneamente o homem como
mero objeto.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Palavras-chaves:
Foucault, Heidegger, concretude, racionalização, discursos de verdade.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: -36pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 150%;">1.<span style="line-height: normal;">
</span></span><span style="line-height: 150%;">INTRODUÇÃO<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.45pt;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">As relações entre
filósofos sempre são difíceis de estabelecer e defender. Na verdade, o intuito
do trabalho que se segue é muito menos de apontar similaridades pontuais entre
dois filósofos tão distintos e que abordaram assuntos tão diversos, do que
apresentar a importância de um estudo filosófico mais completo que tornar-nos-á
interpretes mais competentes de nosso tempo. A partir de filósofos que são
contemporâneos a nós, como Esposito e Gros, tentaria mostrar a validade do
espírito heideggeriano na abordagem filosófica de Foucault. No entanto, não
pretendo que o apelo para essas relações seja suprido por aqui, ao contrário,
como esse trabalho é apenas fruto de uma intuição que ainda a de ser muito mais
explorada futuramente, pretendo que o leitor o utilize muito mais como inspiração
para futuras leituras, do que tome minhas impressões como verdades consumadas,
que poderiam limitar sua análise.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoListParagraph" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: -36pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 150%; text-transform: uppercase;">2.<span style="line-height: normal;">
</span></span><span style="line-height: 150%; text-transform: uppercase;">Foucault, o
filosofo da concretude<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.45pt;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A questão levantada
logo de início no texto <i>O Sujeito e o
Poder</i> de Michel Foucault, contrariamente ao que normalmente poderíamos
esperar deste autor, que sempre foi caracterizado pelo seu estudo do poder, é
que seu trabalho não se concentrou, numa primeira abordagem, em analisar os
fenômenos do poder, mas sim, em estudar como se dá a transformação de seres
humanos em sujeitos (FOUCAULT, 1995, p.231). O termo ‘sujeito’ aqui pode ser
mal interpretado, pois é comum ligarmos a noção de sujeito com alguém que está
em oposição ao objeto. Não é o caso. Foucault trabalha com uma noção não muito usual,
mas que aparentemente é mais apropriada ao termo, visto que, sujeito aqui é
aquele que é sujeitado. O filosofo trata então da objetivação do sujeito, ou
seja, o fato de tornarmos os seres humanos meros objetos de pesquisa. Aqui já
implicaria uma caracterização inicial de uma certa abordagem de biopoder – o
termo escolhido é as vezes tratado por Foucault como sinônimo de biopolítica,
mas em geral diz respeito a qualquer exercício do poder que reduz a política a
vida biológica –, visto que, a meu ver o fato de se tratar o homem como mero
objeto de pesquisa, já o caracteriza como um ser apenas abstrato, isto é, um
ser que não é nada além daquilo que representa enquanto objeto de uma
investigação. Claro que irão dizer que apenas tornar seres humanos em sujeitos
não caracteriza nada de biopoder, pois a mera investigação objetiva não é capaz
de produzir medidas políticas que tratem o homem como mero ser biológico. No
entanto, a meu ver, esse tratamento do tipo sujeito/objeto – no caso aqui o
objeto é o próprio homem –, que se deu principalmente a partir da modernidade,
e nisso espero que Foucault concorde comigo, já traz encoberto certa postura
que faz com que homens tratem outros homens apenas como objeto, nunca como um
igual. E é isso que quero afirmar aqui: a objetivação do sujeito é uma medida
que pelo menos antecipa uma atitude de biopoder.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.45pt;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Gostaria de fazer aqui
duas observações iniciais sobre dois filósofos distintos: a primeira a respeito
de um pensador que me é muito caro: Heidegger; e a segunda é para enfatizar uma
oposição a ele, enquanto representante de uma certa escola filosófica: via
Esposito. Heidegger tem em sua abordagem hermenêutica uma repulsa aos termos
sujeito e objeto. Para ele, nenhuma pesquisa poderia se inclinar para tal
perspectiva, visto que seu existencial fundamental, o Ser-aí – o nosso ser, o
ser do homem, o ser enquanto “abertura” –, é antes de tudo um ser-no-mundo, ou
seja, somos, numa abordagem existencialista, primeiramente uma totalidade de
remissões, em vista de um já sido, com inclinação para um por vir que se dá na
abertura, com limitações, pois o limite é constituinte fundamente de nosso ser
(HEIDEGGER, 2009, p.193-199). Essa condição não nos deixa capaz de caracterizar
o homem como um sujeito em oposição a um objeto, pois trata dos entes do mundo
(coisas) sob duas novas perspectivas: “à mão” e “diante da mão”. O “diante da
mão” é o que mais se aproxima do termo ‘objeto’, pois é aquela perspectiva que
temos das coisas somente quando as vemos fora de nossa mundanidade. Heidegger
usa o exemplo do martelo para demonstrar seu “diante da mão”: o martelo é um
“para-quê”, e ele só se apresenta a nós quando se quebra, pois não nos damos
conta dele enquanto estamos a usá-lo. E é esse uso que é o “à mão” de
Heidegger. Para esse autor existe um modo mais originário de tratar os entes,
que é tratá-los enquanto utensílios, em sua manualidade. Esse tratamento é
anterior até mesmo a proposição, mas nem por isso deixa de ser o mais
importante a ser trabalhado (HEIDEGGER, 2009, p.202-209). A questão, a partir
de Heidegger, que quero propor, e aqui acredito que mais uma vez Foucault
concordaria comigo, é a seguinte: o homem não pode ser nem tratado como um ente
“à mão” e muito menos “diante da mão” (objeto), isso se se quiser fazer um
estudo com mais propriedade dele. Seria até contraditório fazer isso, pois
somos apenas o existencial fundamental (ser-ai), ou seja, não somos nada além
disso, de um ser-no-mundo, isto é, nossa existência não está fundado em
“para-quês”, como um utensílio; na verdade a conclusão de Heidegger é que ela
não está fundada em nada.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.45pt;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Como havia a
antecipado, a oposição a Heidegger se dará via Esposito, que em seu texto <i>Totalitarismo ou biopolitica</i> usa
Heidegger como um dos expoentes de uma abordagem filosófica que caracteriza a
história enquanto filosofia da história, em oposição aqueles que trataram, mais
recentemente, de abordar a história como sendo história das filosofias (ESPOSITO,
2008-2009), e aqui incluo, por minha conta, Foucault como um dos expoentes. O
que Esposito explicita aqui, é que Heidegger é um dos que tenta adaptar as
mudanças históricas de tal modo que se enquadrem a seu construto
teórico-filosofico (ESPOSITO, 2008-2009). Mesmo com o desejo de ficar a parte
de uma discussão se Heidegger é ou não é um desses filósofos da abstração,
quero atentar para o fato de que ele, ao contrário, sempre afirmou a concretude
e se construtos teóricos tem alguma validade para este alemão é apenas enquanto
teoria, nunca como uma representação da realidade. A margem de opiniões um
tanto quanto parciais, quero ressaltar a validade de Esposito, no que diz
respeito a sua interpretação dessa oposição, pois para ele os conflitos
modernos se dão em vista de um choque de correntes filosóficas que querem se
afirmar como superiores umas as outras; e nisso não posso discordar. Além
disso, filósofos como Foucault não se perguntam mais sobre as origens dos
fenômenos, tal como fez Hannah Arendt, mas sim, os vêem entrelaçados por
diversos fatores, dos quais não somos mais capazes de desatar os nós para
podermos visualizamos as origens e a sequência da história tal como ela se deu
de fato (ESPOSITO, 2008-2009). Esse ‘de fato’ já é em si uma abstração, pois
somos sempre interpretes de nosso tempo, lemos a história com critério, mas de
tal modo que ele faça sentido para nós no nosso tempo e no nosso mundo. Essa
atitude é antes de tudo hermenêutica, pois afirma a inter-relação e a
inter-determinação, afirma também o diálogo, e é só em vista dessa concretude,
nunca da abstração sujeito/objeto, que podemos entender os fenômenos que falam
do homem, com mais propriedade. Aqui vemos que há uma leve retomada de
Heidegger, pois mesmo ele, nunca tratou as coisas de dizem respeito a ação
humana como mero objeto.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.45pt;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Mais uma vez gostaria
de tocar no nome de Heidegger para tentar elucidar uma questão de Foucault. Na
verdade a questão foi levantada por Gros, em seu texto em homenagem ao
aniversário de 20 anos da morte de Foucault: <i>O abuso da obediência</i>. Heidegger ao tratar o homem antes de tudo
como ser-ai, nos fornece a seguinte premissa: se somos apenas esse existencial
fundamental e nada justifica nossa existência logo de saída, então não temos
pressupostos essencialistas que sustentem ou que tentem afirmar modos de ser e
de agir. O que isso quer dizer: não temos necessariamente de obedecer pretensos
discursos de verdade, pois nada é verdadeiro <i>a priori</i>, a verdade só se dá no fato. E mais ainda, discursos que
comumente são ouvidos, tais os de religião, ou mesmo de filosofia
essencialista, nada tem a nos dizer que de fato precisamos ouvir. Gros ressalta
que foram a partir desses discursos de verdade, ou melhor, de nossa vocação
(aqui vocação não como uma essência do ser, mas como uma certa atitude
conformista e até mesmo fatalista) para a aceitação da tais discursos que
tornamo-nos seres que obedecem sem o menor pudor; e isso a meu ver é
vergonhoso, dado a premissa heideggeriana. Além disso, é nessa atitude abusiva,
tanto dos que mandam, quanto dos que obedecem, que são criados construtos que
visão inventar a história do próprio homem (GROS, 2004), e também construtos
que tornam os seres humanos sujeitos, ou seja, objetivam sujeitos.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.45pt;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Agora posso retomar o
texto <i>Sujeito e Poder</i>; o intuito aqui
é afirmar neste texto as perspectivas levantadas acima sobre a filosofia de
Foucault, e não fazer uma resenha deste texto. Foucault mostra como são feitas
tais objetivações: a partir de uma visão cientificista; em vista de “práticas divisórias”
do sujeito – por exemplo: doente e sadio, louco e são, etc –; e por último, a
abordagem do sujeito de sexualidade (FOUCAULT, 1995, p.232). A questão é que
todas essas formas de objetivação são em última instância racionalizações de
nossa existência, ou seja, são abstrações de nosso ser, ou melhor, refletem
pretensos discursos de verdade. Importante apontar sobre o estudo de Foucault
realizado nos últimos anos, a saber, <i>A
História da Sexualidade</i>, que mesmo este trata da sujeição do homem a discursos
sobre sexo, pois só a partir destes discursos que se pode falar em sexualidade.
Sexo sem discurso não é sexualidade. Desejo lembrar aqui que os discursos sobre
sexo são, em geral, na nossa sociedade contemporânea, voltados para o biopoder,
e até mesmo para biopolítica, pois falam de como devemos nos comportar diante
de sexo, como por exemplo, no uso de preservativos. É, portanto ressaltando
essa atitude de objetivação que Foucault tomou a questão do poder. O problema
aqui é o seguinte: as formas de objetivação do sujeito são estudas a partir de
instrumentos específicos, mas para o poder não há instrumentos; para o poder é
necessário, segundo Foucault, e a meu ver com acerto, apelar à concretude, ao
contrário da abordagem racionalista típica dos que objetivam o sujeito, ou
seja, o autor quer perguntar o que legitima o poder e como ele se dá como
instituição em nossa sociedade, ou seja, quer saber o que é o Estado (FOUCAULT,
1995, p.232). Mais uma vez vejo relação entre Foucault e Heidegger, visto que o
apelo aqui não é a fundamentação teórica num sentido formalista, mas uma visão
hermenêutica que trata das coisas do mundo concreto. O sentido hermenêutico é
explicitado no texto de Foucault quando ele lembra a necessidade de tomarmos
consciência histórica para a conceituação (FOUCAULT, 1995, p.232), pois
conceituar algo não é mera abstração a partir de um plano imutável e perene;
toda hermenêutica visa um dialogo com o passado no sentido de realizar uma
fusão de horizontes, essa fusão é sempre uma aplicação no campo concreto a
partir da interpretação, com a apreensão do passado em vista do presente. Além
disso, Foucault lembra que toda questão do poder é antes de tudo uma
experiência concreta, uma experiência do homem, ou seja, não é uma questão de
caráter meramente teórico.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.45pt;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Por fim, algo que
desejo ressaltar é a definição do papel da filosofia para Foucault, em vista de
analisar o problema da razão. O autor afirma que a filosofia deve vigiar os
excessivos poderes da racionalidade política. Pois bem, ao estudarmos o poder
devemos lembrar-nos da sua estrita relação com a racionalização. Foucault
acertadamente, e afirmando as questões levantadas acima, apresenta a razão como
não sendo objeto de culpa ou inocência (FOUCAULT, 1995, p.233). As razões para
essa decisão são obvias, pois somos antes de tudo seres dotados de razão –
razão aqui não é a capacidade de discernir, mas apenas nossa condição cognitiva
(e nisso Heidegger concordaria) –, e além disso, não queremos cair no binômio,
racionalista e irracionalista (FOUCAULT, 1995, p.233) – essa abordagem em si
implica uma abstração que não queremos tomar. Para Foucault a filosofia já
trilhou essa caminho errado antes, como por exemplo ao analisar o <i>Iluminismo</i> enquanto origem de fenômenos
totalitários contemporâneos, como fez a escola de Frankfurt; no entanto, no
entanto o filosofo não desmerece estes trabalhos (FOUCAULT, 1995, p.233), ao
modo heideggeriano de tomá-los como meros construtos teóricos. Aqui atentar
para a relação desta perspectiva frankfurtiana com a já supracitada oposição
levanta por Esposito: esses filósofos concentram-se em descobrir as origens de
seus problemas. Foucault, ao contrário, dado sua abordagem concreta, nunca
tomaria a racionalização como um todo, mas sempre a partir de experiências
concretas fundamentais, por exemplo: loucura, morte, crime, etc (FOUCAULT,
1995, p.233). Ou mesmo, mantendo-se fiel as suas tendências já levantadas,
estudar o poder a partir de fenômenos de resistência (FOUCAULT, 1995, p.234). O
importante aqui, e é isso que venho ressaltar, é que a abordagem foucaultiana
antes tudo visa construir projetos hermenêuticos que se relacionam
concretamente, com a realidade de nosso tempo, e nunca a partir de uma
abstração que nada tenha a ver com nosso mundo.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: -36pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 150%; text-transform: uppercase;">3.<span style="line-height: normal;">
</span></span><span style="line-height: 150%; text-transform: uppercase;">CONCLUSÃO<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.45pt;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Acredito que na medida
do possível, dado a limitação física do texto, consegui ressaltar relações
entre a abordagem filosófica de Foucault e a abordagem filosófica de Heidegger.
A questão, como apresentado na introdução, não foi apenas destacar pontos em
comum entre os dois, mas antes de tudo, mostrar que apreensão das similaridades
a partir da explicitação dos traços fundamentais de cada um, tornar-nos-á
capazes de desenvolver um estudo sistemático da filosofia de forma mais
completa, e assim compreenderemos melhor o tempo de cada filosofo em específico
e por fim nosso próprio tempo. Em relação ao texto, o importante para mim foi
ressaltar que a abordagem foucaultiana, antes tudo, visa construir estudos
hermenêuticos que se relacionam concretamente com o mundo, com a realidade de
nosso tempo, e nunca a partir de uma abstração que nada tenha a ver com o lugar
e o tempo em que vivemos.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraph" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt; text-indent: -36pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 150%; text-transform: uppercase;">4.<span style="line-height: normal;">
</span></span><span style="line-height: 150%; text-transform: uppercase;">referencias
bibliográficas<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 150%; text-transform: uppercase;">GROS, F</span><span style="line-height: 150%;">réderic.
<i>L’abus d’obéissance</i>. Em: <b>Libération</b>, 19 e 20 de junho de 2004.
Paris, Caderno intitulado <i>Le feu Foucault</i>,
p. XI. Trad. Portuguesa Selvino J. Assmann.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">FOUCAULT, Michel. <b>O Sujeito e o Poder</b>. Rio de Janeiro: Forense Universitário, 1995.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">HEIDEGGER, Martin. <b>Ser e tempo.</b>
4.ed. Petrópolis: Vozes, 2009.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">ESPOSITO, Roberto. <b><i>Totalitarismo o Biopolitica</i></b><i>: Per un’interpretazione filosofica Del
Novecento In: Termini Del política. Comunità, immunità, biopolitica</i>.
Milano-Udine, Mimesis Edizioni, 2008-2009, p.171-81. Trad. Portuguesa de
Selvino J. Assmann.</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
</div>Pensa A Cabeçahttp://www.blogger.com/profile/07799901516520049785noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1736334649218349248.post-18956585040871867002011-09-05T12:46:00.000-07:002011-09-05T12:46:51.456-07:00O que é Filosofia?<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">A resposta a pergunta, “O que é filosofia?”, num primeiro olhar, se estabelece difícil de ser respondida. A proposta corrente que tem ecoado de forma persistem nos meios acadêmicos e literários, pelo menos em minhas observações, tem um tom de paradoxo. Mesmo assim, não gostaria de fazer uma crítica negativa <i>a priori </i>desta resposta, pois, talvez em uma análise mais apurada possamos achar coerência filosófica neste paradoxo lingüístico, que dado sozinho cheira como um argumento insuficiente. Pois bem, minha primeira resposta trata de tornar sinônimos o substantivo “filosofia” e sua forma verbal, o “filosofar”. Outra forma de responder a essa questão, a qual, devido certamente a minha paixão pelo estudo filosófico, não me agrada muito, mas infelizmente na maioria das vezes é aplicada aos filósofos, (aqui tratarei como filosofo o profissional graduado em filosofia) é a que classifica a filosofia como um ofício puramente técnico que é desenvolvido nos meios acadêmicos – no ensino, na pesquisa, ou na extensão – ou simplesmente por professores da educação básica. Sendo a idéia inicial deste trabalho dissertar sobre a visão pessoal do conceito filosofia, tentarei a seguir unir minhas impressões a respeito do termo com a primeira resposta proposta, deixando de lado a segunda opção por motivos já expostos.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Em minha opinião a filosofia deve estar de mãos dadas com a curiosidade, portanto não deve abrir espaço para o engessamento do pensar. Daí vem o primeiro objetivo da filosofia, a fuga do dogmatismo. Em sua empreitada inicial a filosofia estabelece uma desconstrução do conhecimento, ou melhor, do conhecimento aparente, e neste processo traz a luz outro termo que a meu ver é importantíssimo e que se mostra fundamental a perpetuação do pensar do filósofo, pois é ele que move a manivela que nunca cessa de girar: o “espanto”. É o espanto que mantêm a curiosidade epistemológica sempre viva, sendo – utilizando vocábulos modernos – um movimento psicológico, que faz com que o homem mantenha sua incessante busca.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Na desconstrução do conhecimento aparente, o filosofo pode estabelecer que dois ou mais argumentos concorrentes tenham a mesma valia, caindo assim, nas garras do relativismo ou do ceticismo. Desta forma a filosofia chega a uma encruzilhada, pois, ao abandonar o dogmatismo fixou-se por linhas tortas duas saídas que não condizem com a opção filosófica: o ceticismo, que diz que não é possível afirmar, nas condições acima citadas, qual argumento demonstra conhecimento, e o relativismo epistêmico, que procura mostrar que todos os argumentos são válidos. O filósofo deve descartar qualquer uma dessas saídas, visto que ser cético é o mesmo que abandonar a busca e ser relativista torna a busca algo sem razão. Abandonar também devido ao fato de as escolhas apresentadas serem incapazes de terem relevância prática. E até manifestam-se como inviáveis para as necessidades da vida cotidiana, sendo que, a meu ver, a filosofia deve permanecer num diálogo contínuo com a realidade prática e aprender com ela.’</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Portanto em sua busca que culmina na desconstrução epistemológica e em seguida na encruzilhada cética-relativista o filósofo deverá dar um salto em busca da verdade, no entanto este novo conhecimento deve ser eternamente posto a prova e, na medida em que for possível, desconstruído novamente, num ciclo contínuo, tornando a filosofia uma prática, uma ação, seja do pensar, seja na apreensão da realidade. Agora sim podemos entender a primeira resposta apresentada, em que a filosofia é o filosofar, pois o filosofar é a ação que gera a filosofia e a filosofia é algo intrínseco desde processo.</div>Pensa A Cabeçahttp://www.blogger.com/profile/07799901516520049785noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1736334649218349248.post-80401434304944772082011-04-26T11:17:00.000-07:002011-04-26T11:17:09.122-07:00O Pseudo-Sexualismo<style type="text/css">
p { margin-bottom: 0.21cm; }
</style> <div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">Poderão dizer que o tema objeto de meu texto de hoje seja polêmico, mas acredito que não é mais polêmico do que muitos outros já tratados neste blog; no entanto admito que sobre este tema, não tenho tanto conhecimento quanto os demais. Com isso não quero dizer que eu seja um especialista em todos os outros assuntos tratados aqui, muito pelo contrário; o que proponho e sempre propus, mesmo que não abertamente até agora, é seguir uma tradição de textos livres, de opinião e intuição, sem deixar de serem filosóficos, por mais que tenham baixa propriedade técnica, a qual sigo com grande admiração – mas, é claro, lembrando a ressalva válida a qualidade literária – a Bertrand Russell. Prometo que em postagens posteriores trarei de explicar melhor esta tradição, da qual, livremente e de forma abusada tento fazer parte.</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div> </div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">Quero mais uma vez reforçar minha incapacidade de referenciar tecnicamente o texto a seguir, portanto buscarei ser mais sucinto e direto que outros já escritos.</div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">Pois bem. </div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">“O que tratarei é da sexualidade. Ou será da opção sexual? Não sei.”</div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">Usei esta frase de introdução para mostrar minha ignorância, no entanto pretendo acabar sendo claro em minha opinião. E minha opinião é a seguinte: parece-me que a questão de opção sexual, ou melhor, a necessidade de escolhermos uma opção entre tantas, é algo ridículo e não aplicável a vida saudável. Para ser mais claro: heterossexualismo, homossexualismo, bissexualismo, transexualismo, e tantas outras opções (serão mesmo opções?) mais obscuras, mas não menos relevantes, para mim apresentam-se como brutalidades a nossa liberdade sexual e frutos de uma tradição discriminatória que mesmo com movimentos modernos de tolerância acabam mantendo-se em voga.</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">O objeto aqui é: porque simplesmente não tratamos nossas diferenças (ou serão igualdades?), mesmo que ocultas, apenas por sexualidade? Quero dizer que o ser humano não é levado de modo inato a definição por uma das formas supracitadas. Bem como, numa visão existencialista, torna-se muito mais claro a não necessidade de taxação aos moldes atuais.</div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">Minha opinião é a de que sejamos todos “sexuáveis”, não limitando-nos a clichês e padrões pré-estabelecidos. Acredito que quanto mais livres tornemo-nos, mais feliz seremos neste pequeno, mas importante fator de nossas vidas, a chamada vida sexual.</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">Cristãos e outros religiosos me tratarão com repulsa, bem como alguns cientistas dogmáticos, mas parece-me claro que enquanto ainda entenda que nossa vida é formada por nós mesmo e o que é inato limita-se em especial ao físico, não ao psíquico, a formação de nossas experiências deve estar aberta, sempre é claro, com a devida responsabilidade para conosco e com o engajamento proposta à humanidade. Portanto discursos tradicionalistas e limitadores embasados em crenças não comprovadas, ou ao menos com justificativas fracas, como no caso da ciência dogmática, devem ser deixados de lado, em prol de nós mesmos e de uma provável e possível feliz mudança sócio-comportamental.</div>Pensa A Cabeçahttp://www.blogger.com/profile/07799901516520049785noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1736334649218349248.post-35058414036629704962011-04-02T09:08:00.000-07:002011-04-05T12:39:36.606-07:00Black Swan - O Belo E A Moral<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-YQEuDfjk6Ew/TZdJI4S2uuI/AAAAAAAAAKo/v3z7ChvBd0k/s1600/Black-Swan-natalie-portman-17392128-2560-1707.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://4.bp.blogspot.com/-YQEuDfjk6Ew/TZdJI4S2uuI/AAAAAAAAAKo/v3z7ChvBd0k/s400/Black-Swan-natalie-portman-17392128-2560-1707.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: #cccccc;">Assistir, discutir e estudar cinema a muito tempo são coisas que me dão extremo prazer. Ultimamente venho falando muito sobre filosofia, devido a meus estudos e a importância que a meu ver este assunto demanda. Para esta postagem tentarei unir as duas discussões, mas com uma inclinação a minha paixão supracitada, o cinema. É importante lembrar que a estética, o belo, as artes, são temas recorrentes na filosofia, portanto de certo modo, para um discurso correto e com propriedade, fica difícil falar de artes em geral sem falar ao mesmo tempo de filosofia. Não pretendo abordar com profundidade um tema que persigo com entusiasmo, que diz respeito a que tipo de cinema – ou como o cineasta e teórico Robert Bresson prefere chamar, cinematógrafo – é arte e não apenas uma representação comercial – o teatro fotografado de Bresson. Tratarei de uma <i>nuance</i> menos complexa, mas em contrapartida não menos importante.</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: #cccccc;">Para isso tomemos o filme, diga-se de passagem, com grande apelo comercial, Cisne Negro (Black Swan) 2010 do ótimo cineasta America Darren Aronofsky, um dos melhores de sua geração. Este filme é exemplo de direção competente, uma verdadeira aula. Belíssimo em toda sua técnica e inovador em sua forma, mesmo se tratando de uma espécie de exacerbação do teatro fotografado de Bresson. Exatamente por assim o ser, exagerar – neste caso o exagero é bem vindo – em sua estética, é que a obra se torna tão única e provocadora.</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: #cccccc;">Por outro lado a discussão e a controvérsia gerada por sua temática, seu roteiro, é digna de nota. Falo sobre a forma que foi apresentado ao público o trabalho dos bailarinos de primeira grandeza, talvez – não posso entrar no mérito da causa por puro desconhecimento – exagerando, desta vez, a dificuldade, o martírio e o pressão exercida sobre estes profissionais. Ouvi e ainda ouço inúmeros formadores de opinião e/ou repetidores delas, vistos em meu dia-a-dia ,contestando a forma que a arte da dança foi mostrada, forma que para estes distorce a realidade, portanto celebrando uma mentira.</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: #cccccc;">Infelizmente meus caros, sinto dizer-lhes, estão todos equivocados . Parafraseando Schopenhauer, “<span class="apple-style-span">os amantes e os românticos podem contestar minhas teorias, mas as suas criticas não procedem”. Neste caso o que não procede é o triste discurso do moralista de plantão – assim mesmo, com a utilização deste clichê. Até entendo as implicações éticas que qualquer obra artística deve considerar, mas no caso de Black Swan, não posso deixar de enaltecer o filme em prol de uma mera picuinha vinda de ignorantes, no que diz respeito a cultura cinematográfica. Essa briga é mais uma prova da necessidade de todas as pessoas em uma sociedade que se diga evoluída, democrática e participativa, obterem máximo de informação cultural, possível nas mais diversas áreas do conhecimento. Somente assim uma disputa retórica poderá ser nivelada e evoluir para um consenso. Se não for desta forma, ficaremos fadados ao mero discurso ideológico.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span class="apple-style-span" style="color: #cccccc;">No caso do filme em questão é necessário dizer que sua representatividade como uma espécie de mini-vanguarda cinematográfica torna-se muito mais relevante que a controvérsia gerada por ele. Além disso, se não fosse por seu <span style="font-family: inherit; font-size: small;">roteiro, em inteira concordância com a estética utilizada, a obra não seria tão grande, coesa e perfeita. Por fim, meu pedido, meu desejo, é que tornemo-nos mais sábios e isso implica não somente na obtenção do conhecimento, mas também na idéia lógica de que somente devemos utilizarmos o principio de contestação, de crítica, na medida que tenhamos plena ciência do que falamos, que estejamos convictos de nossa possibilidade de defesa. </span></span><span style="color: #cccccc; font-family: inherit; font-size: small;">A possibilidade de defesa não quer dizer que vencermos o discurso previamente, mas que compreendemos o problema por completo, não somente no que diz respeito a nossa posição. Assim avançaremos em uma discussão onde certamente a verdade e o consenso surgiram.</span></div>Pensa A Cabeçahttp://www.blogger.com/profile/07799901516520049785noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1736334649218349248.post-63734563226380208552011-03-27T22:32:00.000-07:002011-04-03T19:27:57.253-07:00Verdade, Conhecimento e Discurso<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Neste texto tentarei apresentar rapidamente três temas que a meu ver são, nos dias de atuais, banalizados e menosprezados em nossa sociedade: Verdade, Conhecimento e Discurso.<br />
<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">A ligação entre os dois primeiros temas citados, Verdade e Conhecimento, parece lógica, e realmente é. Para começar lembremos que uma determinada sentença para ser considerada Conhecimento, conforme primeiramente mostrado por Platão e hoje em dia visto em uma perspectiva padrão, ou seja, pelo próprio senso comum, deve satisfazer três condições: uma crença deve ser justificada por uma teoria e admitida como verdade por uma evidência. Portanto, a crença, a justificação e a verdade deverão coexistir para que o a sentença seja tida como um conhecimento.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Este tipo de procedimento apresenta muitos problemas, os quais são objetos de critica a filosófica Platônica, visto que para o filósofo encontrar a evidencia, muitas vezes deixava-se o universo sensível e passava ao universo das formas, tornando sua doutrina menos prática. A evidência que torna a crença verdadeira normalmente só era encontrada via metafísica, ou seja, a verdade seria algo para os deuses.<br />
<br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">É nesta crítica que muitos ceticistas se baseiam ao apresentarem teorias que minimizam nossa capacidade de encontrar a verdade e chegam a somente a admitir que um conhecimento verdadeiro esteja em sentenças auto-evidentes – onde a evidencia se apresenta na própria sentença – tais como “2+2=4” ou “A=A”.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Entretanto mesmo que aceitarmos a dificuldade de acreditar em certas verdades menos palpáveis, não podemos deixar de reconhecer que algumas crenças podem ser tidas como conhecimento apenas por serem justificadas. Temos, nestes casos, por exemplo a “gravidade”, que é justificada por todo um estudo experimental que nos dá uma certa segurança, visto que abrangendo eventos passados esta crença não dá a certeza para eventos futuros. A justificativa se apresenta em uma teoria que não pode ser tida como verdadeira, em especial segundo um olhar cético.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
Por outro lado, o ceticista nos dirá: nos não temos certeza de praticamente nada; não conhecemos nada; mas para termos uma saída racional, entendemos que algumas justificações são mais fortes que outras, portanto devemos tomar atitudes baseadas na provável verdade que estas crenças apresentam.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Aqui está demonstrar a dificuldade de encontrarmos um conhecimento teórico ou prático, com o mínimo de complexidade, onde a verdade seja evidenciada. Portanto vejo com ressalvas os inúmeros discursos apresentados das mais diversas formas, onde agentes dos discursos agem como donos da verdade, aos moldes de um neo-platonismo. Tenho certeza que grande parte deste pseudo-sábios tem noção de seu erro quanto a falta de veracidade em seus discursos, mas o fazem pelo poder da alienação e subjugação social.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
Visto a impossibilidade de alcançarmos a verdade, em um sentido restrito, parece-me que a disputa pelo poder não mais se dá no campo da discussão de quem tem o dom da persuasão, da retórica ou até mesmo da erística. Não obstante, o confronto se dá <i>a priori</i>, portanto através de possibilidade de realizar os discursos. Melhor entendido, o poder será de quem tiver a capacidade de discursar e para isso, no mundo capitalista, nada melhor que a mídia comercial, e no âmbito político nada como a alienação pela panfletagem populista. Lembrando que, no caso, os dois sistemas são um a extensão do outro.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
Para finalizar gostaria de deixar a sugestão de um texto que escrevi sobre as possibilidades da democratização do discurso pela internet. Este baseado em uma releitura de Foucault.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Notas Sobre Um Paradigma da Informação</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><a href="http://pensaacabeca.blogspot.com/2011/01/o-paradigma-da-informacao.html">http://pensaacabeca.blogspot.com/2011/01/o-paradigma-da-informacao.html</a></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-5Jjy7Hw1VNg/TZAc1-jdfAI/AAAAAAAAAKk/Wplw7qbVPdY/s1600/mafalda_teste.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://1.bp.blogspot.com/-5Jjy7Hw1VNg/TZAc1-jdfAI/AAAAAAAAAKk/Wplw7qbVPdY/s400/mafalda_teste.jpg" width="336" /></a></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div>Pensa A Cabeçahttp://www.blogger.com/profile/07799901516520049785noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1736334649218349248.post-14127091439525444162011-02-28T12:32:00.000-08:002011-02-28T21:27:54.665-08:00Terceiro Setor Contra a Escola Capitalista<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh5.googleusercontent.com/-ggLVQtQaPBI/TWwGJJxoocI/AAAAAAAAAKQ/xMgO2an-hEE/s1600/03730_crop.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="243" src="https://lh5.googleusercontent.com/-ggLVQtQaPBI/TWwGJJxoocI/AAAAAAAAAKQ/xMgO2an-hEE/s400/03730_crop.jpg" width="400" /></a></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Resolvi, desta vez, escrever um texto menos filosófico e mais prático. Não que a prática não faça parte da filosofia, ao contrário; é só vermos, por exemplo, a corrente do Pragmatismo ou mesmo o sentido filosófico de Práxis. Fui impulsionado pela leitura de alguns artigos recentemente estudados sobre as possibilidades do terceiro setor e sobre as impossibilidades de uma educação libertária em uma sociedade capitalista.</span></div><div></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Vou tentar explicar simplificadamente a incoerência que, no meu entendimento, se apresenta ao estudarmos as duas afirmações acima citadas.</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Começarei pela idéia de que em uma sociedade capitalista a educação libertária nunca acontecerá. Muitos teóricos comunistas, em especial Gramsci, utilizando, é claro, os trabalhos de Marx, evocando sua correta concepção de Ideologia, nos dizem que a escola enquanto um aparelho ideológico do Estado nunca desenvolverá trabalhos que irão contra seus interesses. Para ser mais claro, isso quer dizer que num país capitalista a escola é claramente utilizada visando dois objetivos: primeiramente para o desenvolvimento de mão-de-obra para as necessidades do mercado de trabalho e em seguida para disseminação de conteúdo de alienação em favor da perpetuação da ideologia dominante. Para a maioria dos marxistas seria preciso que primeiro houvesse uma mudança de estrutura econômica e política para o comunismo que em seguida aconteceria à reformulação na pedagogia utilizada nas escolas.</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Vejo estas conclusões por dois lados, o lado correto ao mostrar a realidade de nossas escolas e o lado oportunista e contraditório dos comunistas. Contra os comunistas pesa a já consagrada sede pela revolução, ou seja, ao mostrarem as impossibilidades pedagógicas nas escolas capitalistas eles mais uma vez defendem a imediata revolução; e aí me parece morar o oportunismo. Outro ponto está na contradição, onde não fica claro que ao mudarmos a forma de governo a educação tornar-se-á libertaria por conseqüência; para mim é exatamente o contrário, a mudança da ditadura burguesa para ditadura do proletariado somente resultará em novos donos do poder ideológico, onde a verdadeira libertação também não acontecerá.</span></div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">O lado correto está na evidenciação de que enquanto a escola estiver sobre o domínio do Estado, a meu ver independentemente da forma de governo, ela sempre será usada como aparelho ideológico.</span></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">A partir desta relação, pensando na posição do terceiro setor em nossa sociedade, aonde muitas das obrigações do governo vem sendo passadas para a iniciativa de ONGs (Organizações Não Governamentais), tais como, saúde, disseminação cultural, inclusão social e até mesmo educação; vemos uma oportunidade. As ONGs enquanto mantiverem suas finalidades publicas e sem fins lucrativos, geralmente, mobilizando a opinião pública e o apoio da população para modificar determinados aspectos da sociedade, são uma esperança para a alteração da estrutura pedagógica tradicional para as teorias libertárias; visto que estas organizações podem complementar o trabalho do Estado, realizando ações onde ele não consegue chegar.</span></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Mesmo que em uma estrutura como a de nosso país, onde fica difícil imaginarmos toda a educação desenvolvida pelo terceiro setor, vemos que a refutação da idéia comunista é pertinente. Pois, se o principal argumento em defesa da revolução primeira é que a escola é um aparelho ideológico do Estado, percebe-se que se a educação não está mais nas mãos do Estado existe a possibilidade de mudança mesmo numa sociedade capitalista.</span></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Este argumento vem em defesa de algumas teorias anarquistas, onde a revolução, ao contrario do comunismo, acontece de baixo para cima, ou seja, mudando primeiramente a consciência geral da população, desalienando, evocando a dialética e não a figura do rei filósofo platônico, conforme as idéias comunistas, onde quem tem a sabedoria exerceria a revolução tornando a população em geral apenas máquina de manobra.</span></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Na concepção que defendo, a mudança começa pelo povo, não pelo Estado, pela educação, não pela revolução. É claro que dirão que mesmo as ONGs, como se apresentam hoje em dia, ainda assim podem vir a ser máquinas de alienação, mas não há como refutar o argumento de que elas podem tornar-se um meio viável de mudança, e de mudança pelo desenvolvimento do pensamento crítico por meio da educação libertária a margem da ideologia dominante e do Estado, com a sociedade civil tomando as rédeas de seu próprio futuro.</span></div>Pensa A Cabeçahttp://www.blogger.com/profile/07799901516520049785noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1736334649218349248.post-90714358170043448022011-02-21T18:27:00.000-08:002011-02-22T20:18:26.928-08:00Assim é a vida do homem vista de fora – Por que Sustentabilidade?<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Russell escreveu antes de mim um texto com o qual eu usaria para questionar essa nova (quase velha) onda chamada Sustentabilidade.</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Com os mesmo argumentos, visando apresentar a pequenez humana, discursaria sobre qual o sentido de podarmos alguns de nossos desejos em prol de uma, duas ou dez gerações a mais de nossa sociedade; visto que mesmo com a utilização de um sem número de artinhas, um dia nosso fim inevitavelmente chegará.</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Fiquem com o sempre bem escrito texto de Russell.</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 1cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: small; line-height: 115%;">“Os sonhos de um homem ou de um grupo podem ser cômicos, mas os sonhos humanos coletivos, para nós que não podemos ultrapassar o círculo da humanidade, são patéticos. O universo é muito vasto, como revela a astronomia. Não podemos dizer o que existe além do que os telescópios mostram. Mas sabemos que é de uma imensidão inimaginável. No mundo visível, a Via Láctea é um fragmento minúsculo; e, nesse fragmento, o sistema solar é uma partícula infinitesimal, e, dessa partícula, nosso planeta é um ponto microscópico. Nesse ponto, pequenas massas impuras de carbono e água, de estrutura complexa, com algumas raras propriedades físicas e químicas, arrastam-se por alguns anos, até serem dissolvidas outra vez nos elementos de que são compostas. Elas dividem seu tempo entre o trabalho designado para adiar o momento de sua dissolução e a luta frenética para acelerar o de outras do mesmo tipo. As convulsões naturais destroem periodicamente milhares ou milhões delas, e a doença devasta, de modo prematuro, mais algumas. Esses eventos são considerados infortúnios; mas quando os homens obtêm êxito ao impor semelhante destruição por seus próprios esforços, regozijam-se e agradecem a Deus. Na vida do sistema solar, o período no qual a existência do homem terá sido fisicamente possível é uma porção minúscula do todo; mas existe alguma razão para esperar que mesmo antes desse período terminar o homem tenha posto fim à sua existência por seus próprios meios de aniquilação mútua. Assim é a vida do homem vista de fora.”</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 1cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Nosso pensador usou este texto, que é parte integrante do livro “Ensaios Céticos”, uma coletânea de ensaios, a maioria dos quais escritos nos anos 20, sobre os mais diversos assuntos e que continuam como polêmicas de nosso tempo, para defender sua posição contra a insanidade humana ao usar mitos para basear suas condutas.</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Por mais diferentes que sejam nossos enfoques, temos algo em comum, a defesa do ceticismo. Quero deixar claro que mesmo que eu tenha alguma dúvida quanto ao nível de influência humana nos acontecimentos da natureza que vem sendo relatados pela mídia especializada ou não, ainda assim meu ceticismo estaria na pergunta, “por que sustentabilidade?” e não na afirmação – que aparentemente está errada – de que o homem pouco influi nesses acontecimentos.</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Conforme o próprio Russell nos diz, para resolver o problema que nos é apresentado ao vermos o homem de fora, a humanidade apelou para a religião e a filosofia.</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Para seguir a filosofia ceticista descartemos a religião em nossas exposições, abdicando no mito. Tomemos então a filosofia como base. Ela pelos mais diversos meios, seja, de forma humanista, materialista ou idealista, entre outras, responderá mais ou menos satisfatoriamente, evocando a necessidade de perpetuação da raça humana e a dignificação da vida; mas queira ou não, sempre baseada em crenças. Aí mora o grande problema, ao basear-se em crenças, normalmente o homem acaba cedendo ao imediatismo de sua vida cotidiana.</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Hoje me parece que a sustentabilidade se insere neste imediatismo nas necessidades capitalista de demonstração da responsabilidade social e ambiental tanto do primeiro, segundo e terceiro setores da economia. As inclinações realmente filosóficas são deixadas em segundo plano, ou seja, os homens acabam guiados por suas necessidades imediatas e não no pensamento de uma sociedade a longo prazo, o que daria o sentido ético a questão.</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Não quero aqui condenar a sustentabilidade, mesmo que ache que a tomada total e sem discussão </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">de suas práticas,</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"> como é feito ultimamente, podem tornar em alguns casos a vida do homem mais triste, algo que é indesejável; mas quero sim, atentar para a utilização em massa de um conceito filosófico em prol de ganhos, não de ganhos a humanidade como um todo, mas a economia capitalista, economia que somente sede aos meios sustentáveis até onde vai seu interesse.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-t3sya-0gJ-Q/TWMd_V_Q5cI/AAAAAAAAAKA/Ww14Q0Yw1vw/s1600/htacopernico.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="395" src="http://1.bp.blogspot.com/-t3sya-0gJ-Q/TWMd_V_Q5cI/AAAAAAAAAKA/Ww14Q0Yw1vw/s400/htacopernico.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O Sistema de Copérnico - Quando a Terra perdeu a posição central, girando em torno do Sol, também o homem foi deposto de sua eminência. </td></tr>
</tbody></table><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="font-size: small;">Referências:</span></span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span style="font-size: small;">RUSSELL, Bertrand. <b>Ensaios Céticos</b>, Pág. 32-33, Tradução de Marisa Motta. Porto Alegre, LP&M, 2010</span></span></div>Pensa A Cabeçahttp://www.blogger.com/profile/07799901516520049785noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1736334649218349248.post-25904857123575128282011-02-18T07:03:00.000-08:002011-02-23T16:18:11.803-08:00Recompensas e Punições - Analisando Um Erro de Russell<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;">“Nosso ato provém diretamente do desejo de atingir um determinado fim, não menos que do conhecimento dos meios necessários para tanto. Isso se aplica igualmente a todos os atos, sejam eles bons ou maus. Os fins diferem, e o conhecimento é mais adequando em alguns casos do que noutros. Entretanto, não há maneira concebível de levar as pessoas a fazerem coisas que não desejam. Possível é modificar seus desejos por meio de um sistema de recompensas e punições, entre as quais a aprovação e desaprovação social não sejam menos poderosas." (pg 53)</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;">RUSSELL, Bertrand. No que acredito. L&M Pocket, Porto Alegre, RS: 2010.</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;">==============================================================================</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: small;"><br />
</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: small;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-w0Y3_A9jy0E/TV6Juwdc0iI/AAAAAAAAAJ4/U0PY31VyZjE/s1600/norrisDunce_Cap.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="http://1.bp.blogspot.com/-w0Y3_A9jy0E/TV6Juwdc0iI/AAAAAAAAAJ4/U0PY31VyZjE/s400/norrisDunce_Cap.jpg" width="400" /></a></span></div><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: small; line-height: 115%;">Transpondo esse ideal sistemático de recompensas e punições, para modificar nossos desejos, citado por Russell, ao sistema educacional, encontramos sua manifestação na escola tradicional do início do século XX, embasada pela nova ciência psicológica behaviorista (comportamento). Ou seja, o aluno recebia estímulos para realizar uma tarefa e ganhava recompensas se a executasse. Se houvesse erro, desobediência, ou qualquer ato inadequado, o aluno era punido até mudar sua conduta e não cometer o mesmo erro novamente. Daí que surge o massivo método de repetição usado até hoje, para fixação de condutas adequadas, de aprendizagem conteúdista. Essa questão nos remete ao condicionamento humano, (ver Skinner), por exemplo, o cachorro saliva quando está com fome, é dado um choque no animal, ele saliva e fica com fome. Ou seja, um comportamento gera uma resposta que gera uma conseqüência. O estímulo não corresponde ao fim, seus desejos são condicionados. Outro grande exemplo vem da literatura, na obra “Laranja Mecânica” de Anthony Burgess (1962), em que o protagonista Alex, depois de tanto cometer atos maldosos, foi condicionado a não cometê-los novamente, toda vez que pensava em agredir, sentia-se enjoado e não realizava seus atos. Segundo Russell, é possível modificar os desejos através de um sistema de recompensas e punições. Carl Rogers faz uma crítica ao modelo psicológico de Skinner, </span><span lang="PT" style="font-size: small; line-height: 115%;">para ele Skinner “privilegia conceitos como controle e previsibilidade, e dá pouco valor a conceitos como liberdade e realização pessoal. A abordagem de Rogers considera o modelo de educação e controle de comportamento de Skinner excessivamente mecanicista e determinista.”</span><br />
<span style="font-size: small;"><br />
</span><br />
<span lang="PT" style="font-size: small; line-height: 115%;">Giorgia de Oliveira Moreira</span><br />
<span lang="PT" style="font-size: small; line-height: 115%;">@giorgiadoors</span><br />
<span lang="PT" style="font-size: small; line-height: 115%;">giorgiamoreira@hotmail.com</span></div><span lang="PT" style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span>Pensa A Cabeçahttp://www.blogger.com/profile/07799901516520049785noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1736334649218349248.post-30135644768404059682011-02-13T19:53:00.000-08:002011-02-20T19:39:42.958-08:00Tempos Modernos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-5nGn3729M6s/TVimAoJZ08I/AAAAAAAAAJs/vmZJeq9I3hc/s1600/modern+times.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="http://1.bp.blogspot.com/-5nGn3729M6s/TVimAoJZ08I/AAAAAAAAAJs/vmZJeq9I3hc/s400/modern+times.jpg" width="400" /> </a></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Existe um grande movimento, encabeçado por nossa presidente da república, em favor da educação no país. No seu primeiro pronunciamento em rede nacional após a posse, a substituta de “nosso salvador” elegeu exatamente essa temática para discutir, apresentando suas propostas, e claro, sem esquecer-se de mencionar sua legítima luta contra a miséria.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Com seu plano, o qual foca em escolas técnicas, com abertura de novas instituições e financiamento de estudo ao molde das bolsas do ProUni, vê-se claramente uma retomada da já ultrapassada educação tecnicista, a qual vigorou no Brasil em especial nas décadas da ditadura.</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Há diversas explicações, diga-se de passagem, muito claras, a respeito dessa preocupação, tais como, a extrema necessidade de mão-de-obra por parte do mercado de trabalho nacional; as centenas de milhares (milhões) de cidadãos disponíveis para ingressarem neste mercado, com o intuito de obterem rendimentos maiores, mas que antes precisam qualificar-se; a degradação, apontada há anos, em nossas escolas públicas; e por conseqüência disso, o desnível entre estudantes formados em escolas públicas e escolas privadas. Poderíamos continuar a lista, mas nos limitaremos as estes fatores.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Torna-se claro que se estes planos funcionarem, o ganho econômico e social será de grande valia à nossa população, ou seja, a medida que desenvolvo a educação de grande parte de uma nação, estarei atendendo as demandas do mercado de trabalho, e atendendo meu próprio povo. Resultado: desenvolvimento econômico; ganho no PIB; aumento do nível de renda; aumento do grau de escolaridade média; possível erradicação, muito bem vinda e tão almejada, da miséria; entre outros desdobramentos decorrentes destes.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Sem querer ser pessimista, mas atentando para as possibilidades, sabemos que este crescimento, ou melhor, desenvolvimento das infra-instruturas de nosso país, o qual é bastante necessário, não vai durar para sempre. Desta forma, o consumismo pregado em nossa sociedade, que só tende a crescer com o ganho educacional e de capital, não sustentará nossa economia. Digo isso observando as causas da ultima grande crise mundial, mas como mera especulação. Possivelmente este tema será objeto de uma postagem neste blog daqui há alguns anos.</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Mantendo a perspectiva que alguns chamarão de pessimista, é importante lembrar que numa economia capitalista o preço é regulado pela oferta e demanda, portanto é provável que profissões que hoje pagam bem devido a falta de profissionais, daqui a alguns anos com o aumento da oferta destes no mercado de trabalho, o valor do salário tenda a cair.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Por fim cheguei a meu dilema: citando o romancista, dramaturgo e talvez mais importante filósofo do século XX, Jean-Paul Sartre "me posiciono do lado daqueles que querem mudar tanto a condição social do homem quanto a concepção que ele tem de si mesmo”(1946). O quero dizer com isso? Utilizando o ideário pedagógico dialético do pensador brasileiro Demerval Saviani (1986) gostaria de demonstrar que a escola não é lugar de criação de meras máquinas para o mercado de trabalho. A educação que deveria ser o instrumento para as escolhas do homem livre, democrático, cidadão e autônomo acaba, então se tornando mais uma ferramenta de manipulação e de minimização do pensamento crítico na sociedade. Ela legitima as diferenças sociais e marginaliza, ao invés de tencionar a luta contra a ideologia das classes dominantes, e dos direitos dos seres humanos: o conhecimento, que deve ser universal e possibilitado a todos.</div><div style="text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Com essa análise, a crítica à escola tecnicista me parece simples e viável, pois conforme nosso teórico, o que devemos visar na relação entre a educação e a sociedade é a responsabilidade dos professores em transformar, não o mundo, mas sim cada indivíduo que assiste sua aula, ajudando-o a compreender melhor os acontecimentos como um todo, assim como seu papel dentro do sistema, seus deveres e seus direitos. Somente desta forma é que construiremos o já anunciado, e a meu ver de modo equivocado, “país melhor”.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-5nGn3729M6s/TVimAoJZ08I/AAAAAAAAAJs/vmZJeq9I3hc/s1600/modern+times.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-on9I4TwxDvY/TVimCWijABI/AAAAAAAAAJw/eAalgK0zIIg/s1600/modern+times+bluray.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://3.bp.blogspot.com/-on9I4TwxDvY/TVimCWijABI/AAAAAAAAAJw/eAalgK0zIIg/s400/modern+times+bluray.jpg" width="283" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div>Pensa A Cabeçahttp://www.blogger.com/profile/07799901516520049785noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1736334649218349248.post-60992742075356818602011-01-28T13:43:00.000-08:002011-01-29T15:48:21.851-08:00Notas Sobre Um Paradigma Da Informação<div class="MsoNormal" style="color: #cccccc; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-size: 10pt;">Nos dias atuais as aparências apresentam uma situação singular, não mais como o "fim de um sonho", comum aos anos setenta, com o fim do toda contracultura “sessentista”, mas podemos dizer, com um olhar superficial da sociedade, que já vivemos o início de um pesadelo. Falo daquele pensamento revolucionário de mudança social, política e econômica, por certo um desejo de transformação generalizada e em contexto mundial.</span></div><div class="MsoNormal" style="color: #cccccc; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-size: 10pt;">É comum vermos as pessoas que ainda cultivam esses ideais reclamarem por sentirem-se sozinhas em meio à maioria esmagadora que está entregue aos encantos da vida capitalista.</span></div><div class="MsoNormal" style="color: #cccccc; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-size: 10pt;">Uma pergunta sobre este tema foi parte integrante do texto em forma de entrevista elaborado (tanto as perguntas quanto as respostas) pelo filósofo francês Michel Foucault e por C. Delacampagne representante do jornal “Le Monde”, que encomendou o texto. O título foi “Le Philosophe masqué” (O filosofo mascarado), publicado em 06 de abril de 1980.</span></div><div class="MsoNormal" style="color: #cccccc; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-size: 10pt;">Foucault que solicitou não ser identificado na entrevista, por isso o título, respondeu a seguinte pergunta: “Você acredita que nossa época está realmente sem espíritos à altura dos seus problemas e dos grandes escritores?”</span></div><div class="MsoNormal" style="color: #cccccc; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-size: 10pt;">Vê-se que o problema já era relevante no início da década de 80 e sobre ele o pensador francês respondeu, de forma contraditória, que não acreditava no “</span><span style="font-size: 10pt;">refrão da decadência, da ausência de escritores, da esterilidade do pensamento, do horizonte negro e tétrico”. Exaltando a capacidade humana de manifestar a curiosidade, Foucault parece esquecer, mas penso que de forma intencional, com o intuito de destacar outro problema que tratarei em seguida, que nossa sociedade está absorvida pelo senso comum e pelo que Paulo Freire chama de “curiosidade ingênua”.</span></div><div class="MsoNormal" style="color: #cccccc; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-size: 10pt;">Não vou entrar no mérito do que é curiosidade ingênua, mas torna-se claro que ela é o que caracteriza o senso comum e dela resulta certo saber, mas sim, quero discutir o que é definido por Freire como “curiosidade epistemológica”, que é exatamente a curiosidade que Foucault destaca em seu texto. Esta caracteriza-se por ser mais metódica e mais rigorosa que a primeira, portanto uma curiosidade crítica por essência.</span></div><div class="MsoNormal" style="color: #cccccc; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-size: 10pt;">Ao exaltar a existência do pensamento crítico em nossa sociedade, algo que acredito que nos trinta anos passados diminuiu significativamente, Foucault procura nos alertar de outro mal, a minimização dos meios de disseminar-se informação. Segundo ele o “problema consiste em multiplicar os canais, as passarelas, os meios de informação, as redes televisivas e as radiofônicas, os jornais.”</span></div><div class="MsoNormal" style="color: #cccccc; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-size: 10pt;">Partindo deste principio necessário ao desenvolvimento da consciência humana, vemos já há algum tempo que a internet, as possibilidades abertas pela TI, podem tornar esses meios mais democráticos. No entanto, conforme </span><span style="font-size: 10pt;">John A. Mathews</span><span style="font-size: 10pt;"> mostra em seu famoso artigo “New production concepts” (Novos conceitos de produção) de 1999, o qual discursa sobre a eminente mudança de paradigma de produção, essas novas ferramentas podem ser usadas para disseminar informação com o intuito de obter-se uma produção sustentável e flexível que deve ir além da organização do trabalho, passando pela mudança de aspectos técnicos, econômicos, políticos e sociais, ou simplesmente para automatização contínua de sistemas produtivos sem mudança na essência da organização do trabalho. Analogamente a esse conceito, vemos um dilema, utilizar a TI para verdadeiramente democratizar a informação, como pretende Foucault, ou para meramente intensificar a de caráter ingênuo, de marketing e visando a perpetuação do capitalismo exacerbado. </span></div><div class="MsoNormal" style="color: #cccccc; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-size: 10pt;">Para Foucault deve-se evitar “chamar mídia os canais de informação aos quais não se pode ou não se quer ter acesso” e a internet, diferentemente da maioria dos meios clássicos de mídia moderna, atente a este quesito. Portanto acho legítima a utilização da mesma, seja para pequenas ações, como o chamado “tuitaço”, por entender que é hora de a utilizarmos para o fim coerente com nosso sonho citado no começo do texto.</span></div><div class="MsoNormal" style="color: #cccccc; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-size: 10pt;">Gostaria de destacar mais uma frase do filósofo mascarado.</span></div><div class="MsoNormal" style="color: #cccccc; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="color: #cccccc; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-size: 10pt;">“Sonho com uma nova idade da curiosidade. Os meios técnicos existem; o desejo existe; as coisas a conhecer são infinitas; as pessoas que podem empenhar-se nesta tarefa existem. De que então sofremos? De escassez: canais estreitos, exíguos, quase monopolistas, insuficientes.” (Michel Foucault)</span></div><div class="MsoNormal" style="color: #cccccc; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="color: #cccccc; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-size: 10pt;">Fica agora a pergunta a ser respondida: Será que ainda sofremos desta escassez ou não sabemos utilizar os canais de informação disponíveis de forma coerente?</span></div><div class="MsoNormal" style="color: #cccccc; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; color: #cccccc; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TUM24l-4IiI/AAAAAAAAAJk/oiC2uZeyoUo/s1600/Foucault.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="350" src="http://2.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TUM24l-4IiI/AAAAAAAAAJk/oiC2uZeyoUo/s400/Foucault.jpg" width="400" /></a></div><div class="MsoNormal" style="color: #cccccc; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="color: #cccccc; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;"> Referências:</span></div><div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="color: #cccccc; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt 35.45pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="color: #cccccc; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt 35.45pt; text-align: justify;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt;">FOUCAULT, Michel<b>. Archivio Foucault</b>. Vol. 3. <b>Estetica dell’esistenza, etica, politica</b>. A cura di Alessandro Pandolfi. Milano, Feltrinelli, 1994, pp. 137-144. Tradução portuguesa de Selvino José Assmann. Fpolis, setembro de 2000.</span></div><div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="color: #cccccc; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt 35.45pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="color: #cccccc; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt 35.45pt; text-align: justify;"><span lang="EN-US" style="font-size: 10pt;">MATHEWS, John A. <b>New Production Concepts.</b> </span><span style="font-size: 10pt;">Prometheus, Vol. 7. No. 1, Junho de 1999.</span></div><div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="color: #cccccc; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt 35.45pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0.0001pt 35.45pt; text-align: justify;"><span lang="EN-US" style="color: #cccccc; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: 10pt;">FREIRE, Paulo. <b>Pedagogia da Autonomia</b>, São Paulo, Paz e Terra, 2010.</span><span style="font-size: 10pt;"></span></div>Pensa A Cabeçahttp://www.blogger.com/profile/07799901516520049785noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1736334649218349248.post-85849386345379272082011-01-27T17:35:00.000-08:002011-01-27T18:11:29.837-08:003 Álbuns - Álbum 3<div class="MsoNormal" style="color: #cccccc; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;">OS CONSAGRADOS</span></b></div><div></div><div class="MsoNormal" style="color: #cccccc; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="color: #cccccc; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #cccccc; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">O “Show Opinião”, este é o terceiro álbum escolhido. Fechando a lista, este título representa os Consagrados da música brasileira. Gostaria de destacar algo de especial nos três artistas que juntos contribuíram para esta obra. Nara Leão, João do Vale e Zé Keti</span><span style="color: #cccccc; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;">, mesmo sendo reconhecido por sua excelência artística não são muito conhecidos pelo grande público, pelo menos para as novas gerações e no abrangente de suas obras.</span> </div><div style="color: #cccccc; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;">Venho aqui falar em especial do “Show Opinião”, que na época de seu lançamento tornou-se muito popular, isso em especial devido a ele ter surgido a partir de um <span style="text-decoration: none;">espetáculo</span> <span style="text-decoration: none;">musical</span>. Dirigido por <span style="text-decoration: none;">Augusto Boal</span>, produzido pelo <span style="text-decoration: none;">Teatro de Arena</span> e por integrantes do <span style="text-decoration: none;">Centro Popular de Cultura</span> da <span style="text-decoration: none;">UNE</span> - instituição que, a esta altura, havia sido colocada na ilegalidade pelo <span style="text-decoration: none;">regime militar</span> recentemente instaurado no Brasil.</span></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="color: #cccccc; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;">Os três atores-cantores intercalavam canções a narrações referentes à problemática social do país. O texto era assinado por <span style="text-decoration: none;">Armando Costa</span>, <span style="text-decoration: none;">Oduvaldo Vianna Filho</span> e <span style="text-decoration: none;">Paulo Pontes</span>.</span></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="color: #cccccc; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;">O show-manifesto estreou em <span style="text-decoration: none;">11 de dezembro</span> de <span style="text-decoration: none;">1964</span>, alguns meses depois do <span style="text-decoration: none;">golpe militar</span>, no teatro do Shopping Center Copacabana, sede do Teatro de Arena no <span style="text-decoration: none;">Rio de Janeiro</span>.</span></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="color: #cccccc; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;">O show tornou-se uma referência na chamada "música de protesto" e é considerado um dos mais importantes da história da <span style="text-decoration: none;">música popular brasileira</span>.</span></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="color: #cccccc; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;">O álbum de 1965 nada mais é que a gravação de um dos espetáculos apresentados.</span></div><div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TUIcgUV8CMI/AAAAAAAAAJg/a6V9hS6xru0/s1600/CapaLPFront.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="398" src="http://2.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TUIcgUV8CMI/AAAAAAAAAJg/a6V9hS6xru0/s400/CapaLPFront.jpg" width="400" /></a></div><div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;"> </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;">3 Álbuns - Álbum 1 :</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;"><a href="http://pensaacabeca.blogspot.com/2011/01/3-albuns-album-1.html"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;">http://pensaacabeca.blogspot.com/2011/01/3-albuns-album-1.html</span></a></span></div><div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;">3 Álbuns - Álbum 2 :</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;"></span></div><div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;"><a href="http://pensaacabeca.blogspot.com/2011/01/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x.html">http://pensaacabeca.blogspot.com/2011/01/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x.html</a></span></div>Pensa A Cabeçahttp://www.blogger.com/profile/07799901516520049785noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1736334649218349248.post-35699911190429507112011-01-27T16:34:00.000-08:002011-01-27T18:11:12.638-08:003 Álbuns - Álbum 2<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;">OS MALDITOS</span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;">Para caracterizar os Malditos da música brasileira escolhi o álbum “Alucinação” de 1976. É uma obra de um dos artistas mais subestimados de nossa arte musical, Belchior.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;">Muitas pessoas que adoram música “Como nossos pais”, interpretada lindamente pela grande Elis Regina nem imaginam que a composição é de Belchior. Esta música, bem como “Velha roupa colorida”, também interpretada pela Elis, fazem parte deste álbum do autor.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;">A obra e um verdadeiro manifesto político e social em forma de arte. Todas as canções tem letras extremamente bem escritas, e feitas para apresentar uma ideologia vinda do artista.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;">Com sua mistura sonora, temos um som com um toque de “brega”, típico de Belchior e a psicodelia que se apresenta logo na capa, contra-capa e encarte do disco.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;">Além das músicas supracitadas, podemos destacar também “Apenas um rapaz latino-americano”, “Sujeito de Sorte” e a faixa que dá o título do álbum, “Alucinação”.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;">Esta é uma obra obrigatória aos amantes da música popular brasileira e apreciadores de uma boa letra com cunho de protesto.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TUIO4SguksI/AAAAAAAAAJc/11HsYeU77Qc/s1600/belchior.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="398" src="http://3.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TUIO4SguksI/AAAAAAAAAJc/11HsYeU77Qc/s400/belchior.jpg" width="400" /></a></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;">3 Álbuns - Álbum 1 :</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><a href="http://pensaacabeca.blogspot.com/2011/01/3-albuns-album-1.html"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;">http://pensaacabeca.blogspot.com/2011/01/3-albuns-album-1.html</span></a></div>Pensa A Cabeçahttp://www.blogger.com/profile/07799901516520049785noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1736334649218349248.post-25445672528596078482011-01-24T13:02:00.000-08:002011-01-27T18:10:15.007-08:00Anarquistas Também Amam (A Filosofia do Amor)<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;">Boa noite amor,</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;">Ontem quando me despedi de você e voltei para casa, fiquei pensando em nossa conversa, em nosso acordo, o qual, até certo ponto, pareceu-me forçado. Um acordo em que apresenta-se uma imposição não se torna justo, ele é sim um exercício de <span class="googielink">autoritarismo</span>, e infelizmente neste caso <span class="googielink">vindo</span> de minha parte.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;">Como anarquista, nem mesmo nas relações sociais, ou no caso amorosa, posso admitir este tipo de atitude, se aceitá-la não estarei sendo ético nem comigo, nem contigo.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;">Fiquei um bom tempo <span class="googielink">refletindo</span> sobre o assunto sem conseguir chegar a uma conclusão que <span class="googielink">satisfizesse</span> meu desejo de ter um pouco de paz de espírito e de ao mesmo tempo ser <span class="googielink">fiel</span> a meus ideais.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><br />
</div><h3 style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; font-weight: normal;">A noite peguei o livro que estou lendo e logo na primeira página a resposta veio a tona, não para minha angústia, mas dizendo o por que dessa situação.</span></h3><h3 style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; font-weight: normal;">Pode parecer estranho mas as vezes pensamos que o estudo da filosofia só se apresenta na prática, ou como <span class="googielink">Práxis</span>, no <span class="googielink">âmbito</span> de filosofias políticas e sociais, mas ela é tão ou mais importante para nossas relações sociais, nosso dia-a-dia, e baseando-se nela pude <span class="googielink">entender</span> melhor esse envolvimento, em especial no dilema que hoje tenho contigo.</span></h3><h3 style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; font-weight: normal;"> </span></h3><h3 style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; font-weight: normal;">Lembrando que nosso acordo diz respeito a limitação de nossa liberdade em favor de uma aparente relação mais tranquila, seja para mim seja para você, ao ler o trecho no livro onde o filosofo, dramaturgo e romancista francês Jean-Paul Sartre, velho conhecido nosso, expõem suas constatações sobre a liberdade e ou outrem, tive a visão da discussão que se impôs entre nós e a prova da inevitabilidade de tal tensão.</span></h3><h3 style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; font-weight: normal;"> </span></h3><h3 style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; font-weight: normal;">Essa relação de tensão existencial entre o eu e outrem, no caso entre nós, segundo Sartre é até onde pode ir a liberdade, visto que “o único limite com o qual pode se deparar a liberdade vem da relação com outrem”. Como pode ver, isso é algo inevitável em qualquer relacionamento, portanto não é exclusividade nossa.</span></h3><h3 style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; font-weight: normal;">Mas há, como podemos sentir em nosso coração, o lado podre desse estudo. Ao avançar no <span class="googielink">assunto</span> Sartre por fim chega a triste conclusão: “Como só há escolha <span class="googielink">fenomênica</span> e liberdade absoluta, não pode haver amor absoluto.”</span></h3><h3 style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; font-weight: normal;"> </span></h3><h3 style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; font-weight: normal;">Essa <span class="googielink">constatação</span> apresentou-se para mim como o fim de um sonho, no entanto, um que já estava programado para expirar. Mas ainda há uma saída, e o filosofo, com uma aparente, mas só aparente, contradição, mostrou-me a resposta para minha angústia.</span></h3><h3 style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; font-weight: normal;">A resposta se evidencia quando nossa livre existência é retomada e desejada por uma liberdade absoluta que ela ao mesmo tempo condiciona e que nós mesmos desejamos livremente. Ou seja, “o fundo da alegria do amor, quando ela existe, é <span class="googielink">sentirmo</span>-nos justificados por existir.”</span></h3><h3 style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; font-weight: normal;"> </span></h3><h3 style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; font-weight: normal;">Para nossa relação seria aceitar um acordo ou uma limitação da liberdade, mas não para satisfazer o outro, e sim para <span class="googielink">satisfazer</span> nós mesmos.</span></h3><h3 style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; font-weight: normal;"> </span></h3><h3 style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; font-weight: normal;">Fica a pergunta: Isso é <span class="googielink">possível</span> para nós?</span></h3><h3 style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; font-weight: normal;"> </span></h3><h3 style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; font-weight: normal;">Com carinho.</span></h3><h3 style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; font-weight: normal;"> </span></h3><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TT3obL0CZ0I/AAAAAAAAAJY/3_N3dnzEVo0/s1600/1258578486020_f.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="http://2.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TT3obL0CZ0I/AAAAAAAAAJY/3_N3dnzEVo0/s400/1258578486020_f.jpg" width="400" /></a></div><h3 style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 1cm;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; font-weight: normal;"> </span></h3>Pensa A Cabeçahttp://www.blogger.com/profile/07799901516520049785noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-1736334649218349248.post-81705807073704524302011-01-23T17:25:00.000-08:002011-01-27T18:09:58.324-08:00A Culpa é de Quem? (Sobre as Tragédias)<div class="MsoNormal" style="color: #cccccc; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;">Quando da tragédia que assolou Lisboa em 1755, os pensadores Voltaire e Rousseau travaram uma discussão em torno do que gosto de definir como “de quem é a culpa?”, ou seja, para Voltaire segundo seu poema sobre o desastre de Lisboa, mesmo que não explicitamente, a culpa seria de Deus, pois Ele sendo um ser benevolente e onipotente, não deveria permitir tal acontecimento a humanidade. Já para Rousseau a culpa não é de Deus, visto que são os homens que se amontoam em um espaço reduzido propensos a esse tipo de fato.</span></div><div class="MsoNormal" style="color: #cccccc; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="color: #cccccc; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;">Uma discussão dessas me parece sem fim, mas queria atentar para outra observação importante de <span class="googielink">Voltaire</span> em seu texto. Ele parece não aceitar que Deus é ao mesmo tempo benevolente e <span class="googielink">onipotente</span>, pois se Ele permite tal flagelo, não é benevolente, ou se realmente o for, então não será <span class="googielink">onipotente</span>, pois não é capaz de <span class="googielink">impedí</span>-lo.</span></div><div class="MsoNormal" style="color: #cccccc; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;">Venho, com esta observação, não defender o <span class="googielink">ateísmo</span>, mesmo como ateu que sou, mas para demonstrar minha revolta com essa estagnação do pensamento. Por exemplo: ao ver o noticiário, onde apresentam um mundo de tragédias sem fim, ou, um sem fim de tragédias no mundo, em especial nos últimos dias com as enchentes no Brasil, por várias vezes assisto, diferentes pessoas, vítimas, se colocando como meros fantoches, ao declarem, quando do recebimento de uma ajuda – seja por parte do governo, de <span class="googielink">filantropos</span>, de voluntários, de vizinhos – muito <span class="googielink">satisfeitos</span>, agradecendo a Deus pela ajuda bem vinda, mas mesmo que sem esquecerem de tudo que os aconteceu, aparentemente aceitam tal situação como sendo algo da natureza, do desejo divino, sem a menor contestação. Essa aceitação das regras divinas nos remetem a uma mesma aceitação do jogo dos homens, dos termos definidos pela elite dominante, pelo governo hipócrita, pelos <span class="googielink">discursos</span> alienantes – políticos ou teológicos.</span></div><div class="MsoNormal" style="color: #cccccc; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="color: #cccccc; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;">A mesma pergunta que podemos fazer a um Deus que segundo consta é benevolente e <span class="googielink">onipotente</span>, mas aparece-nos como indiferente esses tristes <span class="googielink">acontecimentos</span>: “que Deus é esse?”; podemos fazer a nossos representantes, as “vozes do povo”, que não tomam <span class="googielink">providências</span> para evitar esse <span class="googielink">infortúnios</span>: “que governo é esse?”. Como já enfatizei muitas vezes em textos anteriores, para mim <span class="googielink">essas</span> providências devem partir da <span class="googielink">educação</span>, pois se os homens que <span class="googielink">construíram</span> casas de 6 andares a beira mar em Lisboa no século XVIII tivessem uma educação coerente (sem entrar desta vez no mérito de o que é educação coerente), eles com certeza, não teriam as feito, pois estariam cientes das possibilidades e dos danos causados a natureza e em <span class="googielink">contra-partida</span> ao próprio homem. É claro que possivelmente, para o homem do século XVIII, tais conhecimentos ainda precisavam ser desenvolvidos, mas para a realidade presente vejo possível. Entendo que só a ganancia desmedida, a ocupação sem nenhuma <span class="googielink">preocupação</span> – com o natural, com o ambiente e com o <span class="googielink">habitat</span> – é tão responsável pelas tragédia quanto o próprio Deus.</span></div><div class="MsoNormal" style="color: #cccccc; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="color: #cccccc; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt;">Portanto, a margem de Deus, somos seres capazes e devemos lutar por nossa integridade – seja física, seja mental – e essa luta deve partir de uma cobrança de nos mesmo e de nossos representantes, começando pela mudança do pensamos comum para <span class="googielink">pensamento</span> crítico, o que resultará na evidenciação de necessárias <span class="googielink">ações</span> civis a serem tomadas para evitar novos erros que se tornaram corriqueiros e até certo ponto são tolerádos em nossa sociedade.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TTzUvMXhUgI/AAAAAAAAAJU/0q9xe_uqsHc/s1600/pic_01_Earthquake+at+Lisbon_1755.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="346" src="http://2.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TTzUvMXhUgI/AAAAAAAAAJU/0q9xe_uqsHc/s400/pic_01_Earthquake+at+Lisbon_1755.jpg" width="400" /></a></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div>Pensa A Cabeçahttp://www.blogger.com/profile/07799901516520049785noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1736334649218349248.post-24145846152256161352011-01-22T18:10:00.000-08:002011-01-27T18:09:42.151-08:00O que se entende por rock brasileiro?<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Após várias discussões filosóficas, alucinógenas e espirituais – espirituais, devido a química, é claro! – acho que enfim compreendemos a ideia do que é o verdadeiro rock brasileiro.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">A ideia inicial de renegar o que tem-se como indiscutívelmente rock nacional, tal como o sonho vindo de ”Os Mutantes” ou mesmo com o que é hoje é tido como “a década do rock” no Brasil, o que gostamos de chamar de “roquizinho dos anos 80”, pode ser difícil de aceitar, mas pelo nosso entendimento isso não é rock brasileiro.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Consideramos como o que há de melhor em termos de rock brasileiro “Os Novos Baianos”. Você pode me perguntar porque?</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">A resposta, o som é autêntico, é brasileiro, é de atitude, é ideologia, cultural, original, é expressão artística e também é rock. Ouvimos suas músicas e não nos remete a algum som ou uma estética pronta, estáticas em geral vinda de fora, importadas. Encontramos nesse som influências do rock e do samba, até mesmo baião, ultrapassando a invisível barreira cultural que na verdade não deveria existir, restringindo as posibilidades de criação para com junção dessas vertentes musicais. Vemos sim a fusão delas para algo completo, singular. Ao apreciarmos este tipo de som temos certeza de que há identidade brasileira, como ocorreu com a “bossa nova” anos antes, onde o mundo nos promoveu a jazz, extrapolando nossas fronteiras. Assim é “Os Novos Baianos”, rock e samba igual a rock brasileiro. </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TTuM4fj3nGI/AAAAAAAAAJM/hv4MDqGLZWg/s1600/Novos%252BBaianos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://4.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TTuM4fj3nGI/AAAAAAAAAJM/hv4MDqGLZWg/s400/Novos%252BBaianos.jpg" width="301" /></a></div><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">PS: Para que compreendeu, ou quer saber mais, veja o vídeo indiaco abaixo. Compare com os mesmos critérios apresentados a banda Planet Hemp, pois ela também representa uma vanguarda musical genuinamente brasileira, bem como tente usar essa comparação para as bandas brasileiras que você gosta, então comente nos mostrando outros nomes.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><a href="http://www.youtube.com/watch?v=hPzzKbTVe5o">http://www.youtube.com/watch?v=hPzzKbTVe5o</a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TTuM6BIEovI/AAAAAAAAAJQ/WIjrwbqd3yQ/s1600/planet-hemp-1995.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="277" src="http://1.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TTuM6BIEovI/AAAAAAAAAJQ/WIjrwbqd3yQ/s400/planet-hemp-1995.jpg" width="400" /></a></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Giorgia de Oliveira Moreira e Vinicius Nesi. </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Joinville, janeiro de 2011.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Ao som de “Os Novos Baianos”, com alguns entorpecentes. </div>Pensa A Cabeçahttp://www.blogger.com/profile/07799901516520049785noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1736334649218349248.post-18700451963741822672011-01-13T18:34:00.000-08:002011-01-27T18:09:25.052-08:00"Ensinar exige liberdade e autoridade"<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><b>Texto retirado no livro "Pedagogia da Autonomia - Saberes Necessário a Prática Educativa" de Paulo Freire. Na parte 4 do capítulo 3 o autor nos apresenta a relação de tensão entre Autoridade e Liberdade. Relação que vejo necessária, e que deve estar presente, na medida certa, em grande parte das relações sociais do ser humano independente da filosofia política escolhida.</b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TS-8bRLjMRI/AAAAAAAAAJI/TOfnK1_81bg/s1600/calvin+02.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="262" src="http://2.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TS-8bRLjMRI/AAAAAAAAAJI/TOfnK1_81bg/s400/calvin+02.jpg" width="400" /></a></div><br />
<div style="text-align: center;">====================================================================</div></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Noutro momento deste texto me referi ao fato de não termos ainda resolvido o problema da tensão entre a autoridade e a liberdade. Inclinados a superar a tradição autoritária, tão presente entre nós resvalamos para formas licenciosas de comportamento e descobrimos autoritarismo onde só houve o exercício legítimo da autoridade.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Recentemente, jovem professor universitário, de opção democrática, comentava comigo o que lhe parecia ter sido um desvio seu no uso de sua autoridade. Disse, constrangido, ter se oposto a que aluno de outra classe continuasse na porta entreaberta de sua sala, a manter uma conversa gesticulada com uma das alunas. Ele tivera inclusive que parar sua fala em face do descompasso que a situação provocava. Para ele, sua decisão, com que devolvera ao espaço pedagógico o necessário clima para continuar sua atividade específica e com a qual restaurara o direito dos estudantes e o seu de prosseguir a prática docente, fora autoritária. Na verdade, não. Licencioso teria sido se tivesse permitido que a indisciplina de uma liberdade mal centrada desequilibrasse o contexto pedagógico, prejudicando assim o seu funcionamento.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Num dos inúmeros debates de que venho participando, e em que discutia precisamente a questão dos limites sem os quais a liberdade se perverte em licença e a autoridade em autoritarismo, ouvi de um dos participantes que, ao falar dos limites à liberdade eu estava repetindo a cantinela que caracterizava o discurso de professor seu, reconhecidamente reacionário, durante o regime militar. Pra o meu interlocutor, a liberdade estava acima de qualquer limite. Para mim, não exatamente porque aposto nela, porque sei que sem ela a existência só tem valor e sentido na luta em favor dela. A liberdade sem limite é tão negada quanto a liberdade asfixiada ou castrada.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">O grande problema que se coloca ao educador ou à educadora de opção democrática é com trabalhar no sentido de fazer possível que a necessidade do limite seja assumida eticamente pela liberdade. Quanto mais criticamente a liberdade assuma o limite necessário tanto mais autoridade tem ela, eticamente falando, para continuar lutando em seu nome.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Gostaria uma vez mais de deixar bem expresso o quanto aposto na liberdade, o quanto me parece fundamental que ele se exercite assumindo decisões. Foi isso, pelo menos, o que marcou a minha experiência de filho, de irmão, de aluno, de professor, de marido, de pai e cidadão.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">A liberdade amadurece no confronto com outras liberdades, na defesa de seus direitos em face da autoridade dos pais, do professor, do estado. É claro que, nem sempre, a liberdade do adolescente faz a melhor decisão com relação a seu amanhã. É indispensável que os pais tomem parte das discussões com os filhos em torno desse amanhã. Não podem nem devem omitir-se mas precisam saber e assumir, que o futuro de seus filhos é de seus filhos e não seu. É preferível, para min, reforçar o direito que tem a liberdade de decidir, mesmo correndo o risco de não acertar, a seguir a decisão dos pais. É decidindo que se aprende a decidir. Não posso aprender a ser eu mesmo se não decido nunca, porque há sempre a sabedoria e a sensatez de meu pai e minha mãe a decidir por mim. Não valem argumentos imediatista como: "Já imaginou o risco, por exemplo, que você corre, de perder tempo e oportunidade, insistindo nessa idéia maluca???" A idéia do filho, naturalmente. O que há de pragmático em nossa existência não pode sobrepor-se ao imperativo ético de que não podemos fugir. O filho tem, no mínimo, o direito de provar a maluquice de sua idéia. Por outro lado, faz parte do aprendizado da decisão a assunção das conseqüências do ato de decidir. Não há decisão a que não se sigam efeitos esperados, pouco esperados ou inesperados. Por isso é que a decisão é um processo responsável. Uma das tarefas pedagógicas dos pais é deixar óbvio aos filhos que sua participação no processo de tomada de decisão deles não é uma intromissão mas um dever, até, desde que não pretendam assumir a missão de decidir por eles. A participação dos pais se deve dar sobretudo na análise, com os filhos, das conseqüências possíveis da decisão a ser tomada.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">A posição da mãe ou do pai é a de quem, sem nenhum prejuízo ou rebaixamento de sua autoridade, humildemente, aceita o papel de enorme importância de assessor ou assessora do filho ou da filha. Assessor que, embora batendo-se pelo acerto de sua visão das coisas, jamais tente impor sua vontade ou se abespinha porque seu ponto de vista não foi aceito.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">O que é preciso, fundamentalmente mesmo, é que o filho assuma eticamente, responsavelmente, sua decisão, fundante de sua autonomia. Ninguém é autônomo primeiro para depois decidir. A autonomia vai se constituindo na experiência de várias, inúmeras decisões, que vão sendo tomadas. Por que, por exemplo, não desafiar o filho, ainda criança, no sentido de participar da escolha da melhor hora para fazer seus deveres escolares? Porque o melhor tempo para esta tarefa é sempre o dos pais? Por que perder a oportunidade de ir sublinhando aos filhos o dever e o direito que eles tem, como gente, de ir forjando sua própria autonomia? Ninguém é sujeito da autonomia de ninguém. Por outro lado, ninguém amadurece de repente, aos 25 anos. A gente vai amadurecendo todo dia, ou não. A autonomia, enquanto amadurecimento todo dia, ou não. A autonomia, enquanto amadurecimento do ser para si, é processo, é vir a ser. Não ocorre em data marcada. É neste sentido que uma pedagogia da autonomia tem de estar centrada em experiências estimuladoras da decisão e da responsabilidade, vale dizer, em experiência respeitosas da liberdade.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">Uma coisa me parece muito clara hoje: jamais tive medo de apostar na liberdade, na seriedade, na amorosidade, na solidariedade, na luta em favor das quais aprendi o valor e a importância da raiva. Jamais receei ser criticado por minha mulher, por minhas filhas, por meus filhos, assim como pelos alunos e alunas com quem tenho trabalhado ao longo dos anos, porque tivesse apostado demasiado na liberdade, na esperança, na palavra do outro, na sua vontade de erguer-se ou reerguer-se, por ter sido mais ingênuo do que crítico. O que temi, nos diferentes momentos de minha vida, foi dar margem, por gestos ou palavrões, a ser considerado um oportunista, um realista, um homem de pé no chão, ou um desses equilibristas que se acham sempre em cima do muro à espera de saber qual a onda que se fará poder.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">O que sempre deliberadamente recusei, em nome do próprio respeito à liberdade, foi sua distorção em licenciosidade. O que sempre procurei foi viver em plenitude a relação tensa, contraditória e não mecânica, entre autoridade e liberdade, no sentido de assegurar o respeito entre ambas, cuja ruptura provoca a hipertrofia de uma ou de outra.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">É interessante observar como, de modo geral, os autoritários consideram, amiúde, o respeito indispensável à liberdade como expressão de incorrigível espontaneísmo e os licenciosos descobrem autoritarismo em toda manifestação legítima da autoridade. A posição mais difícil, indiscutivelmente correta, é a democrata, coerente com seu sonho solidário e igualitário, para quem não é possível autoridade sem liberdade e esta sem aquela.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">FREIRE, Paulo. <i>Pedagogia da Autonomia</i>, São Paulo, Paz e Terra, 2010. </div>Pensa A Cabeçahttp://www.blogger.com/profile/07799901516520049785noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1736334649218349248.post-33500725486048638762011-01-02T16:02:00.000-08:002011-01-27T18:09:08.331-08:003 Álbuns - Álbum 1<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">Nos últimos dias fiz um resgate dos malditos, e de outros nem tão malditos assim, da música brasileira. Na verdade, vou confessar, alguns consagrados também. Um resgate de minha memória musical. Fui atrás de discos, bandas, interpretes... sons que conhecia e sons que ainda eram um tanto quando desconhecidos para mim.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">Esqueci por algum tempo do “bom e velho rock’n’roll”, para usar uma frase clássica. E esqueci também de alguns músicos brasileiros muito caros para mim, tais como, Chico Buarque, Vinicius de Moraes, Tom Jobim, Baden Powell, Novos Baianos, Jorge Ben, Caymmi, Cartola e também Raul Seixas.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">Agora gostaria de compartilhar com os possíveis leitores algumas maravilhas musicas ou até mesmo, pode-se dizer, importantes manifestos contra-culturais, verdadeiros documentos históricos.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">Serão 3 posts, cada um com um disco selecionado, tentando abranger a diversidade de música e artistas envolvidos utilizando de 3 classificações distintas.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">Segue o primeiro:</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><b>OS MARGINALIZADOS</b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">Escolhi o disco Revolver – não o bom, mas normalmente superestimado clássico álbum pop de 1966 – mas ao contrário, um álbum nacional, de 1975 do compositor Walter Franco. Este caracteriza os marginalizados da música brasileira. Isso mesmo, marginalizados, nem malditos são. A classificação se dá para certos discos que ficam a margem de qualquer adjetivo vindos da maior parte dos possíveis apreciadores. A margem seja por desconhecimento ou por descaso. Este álbum em especial, ao menos já teve algum reconhecimento, quando avaliado pela revista Rolling Stones (que fique anotado neste depoimento que não gosto desta revista), o colocando em quinquagésimo lugar na lista Top 100 Álbuns de Música Brasileira.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">No álbum Revolver Walter Franco continua sua “Mixturação”! Esse é o título da primeira faixa de seu trabalho de estréia e me parece uma ótima definição para seu estilo, uma verdadeira mistura de sons. Essa atitude sonora o colocou sempre na vanguarda artística em seu tempo, mesmo não participando de nenhum movimento cultural musical tais como Bossa Nova ou mesmo o Tropicalismo.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">Sobre do álbum: Seu título Revolver (não Revólver), pois segundo Walter Franco, “no princípio era o verbo”. Utiliza-se de muitas guitarras, o aproximando do rock, bem como elaborados efeitos de estúdio, mas mesmo assim fica claro que o disco não se prende a nenhum estilo de arranjo, mas está sempre buscando uma sonoridade diferente.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TSERbcEYfgI/AAAAAAAAAJE/tw1gigFcKgc/s1600/walter+Franco+F.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="397" src="http://1.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TSERbcEYfgI/AAAAAAAAAJE/tw1gigFcKgc/s400/walter+Franco+F.JPG" width="400" /></a></div><br />
</div>Pensa A Cabeçahttp://www.blogger.com/profile/07799901516520049785noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1736334649218349248.post-37204723071113024622010-12-24T01:47:00.000-08:002011-01-27T18:08:48.162-08:00Entre os Muros da Escola<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">Apresento um texto retirado do livro “Pedagogia da Autonomia” de Paulo Freire, publicado pela primeira vez em 1996, um ano antes de sua morte. O educador e filósofo brasileiro tinha então 75 anos e discursava sobre a necessidade do professor e do aluno assumirem-se como seres sociais e históricos. Assumir-se como sujeito porque capaz de reconhecer-se como objeto. Neste breve trecho autobiográfico ele tentava demonstrar os méritos desta prática.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">“Às vezes, mal se imagina o que pode passar a representar na vida de um aluno um simples gesto do professor. O que pode um gesto aparentemente insignificante valer como força formadora ou como contribuição à do educando por si mesmo. Nunca me esqueço, na história já longa de minha memória, de um desses gestos de professor que tive na adolescência remota. Gesto cuja significância mais profunda talvez tenha passado despercebida por ele, o professor, e que teve importante influência sobre mim. Estava sendo, então, um adolescente inseguro, vendo-me como um corpo anguloso e feio, percebendo-me menos capaz do que os outros, fortemente incerto de minhas possibilidades. Era muito mais mal-humorado que apaziguado com a vida. Facilmente me eriçava. Qualquer consideração feita por um colega rico da classe já me parecia o chamamento à atenção de minhas fragilidades, de minha insegurança.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">O professor trouxera de casa os nossos trabalhos escolares e, chamando-nos um a um, devolvia-os com o seu ajuizamento. Em certo momento me chama e, olhando ou re-olhando o meu texto, sem dizer palavra, balança a cabeça numa demonstração de respeito e de consideração. O gesto do professor valeu mais do que a própria nota dez que atribuiu à minha redação. O gesto do professor me trazia uma confiança ainda obviamente desconfiada de que era possível trabalhar e produzir. De que era possível confiar em mim mas que seria tão errado confiar além dos limites quanto errado estava sendo não confiar. A melhor prova da importância daquele gesto é que dele falo como se tivesse sido testemunhado hoje. E faz, na verdade, muito tempo que ele ocorreu...”</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">FREIRE, Paulo. <i>Pedagogia da Autonomia</i>, São Paulo, Paz e Terra, 2010.</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TRRqsTQwY1I/AAAAAAAAAJA/XsjzuP_YFqs/s1600/entre-os-muros-3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="260" src="http://1.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TRRqsTQwY1I/AAAAAAAAAJA/XsjzuP_YFqs/s400/entre-os-muros-3.jpg" width="400" /></a></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"> Termino com a indicação do filme "Entre os muros da escola" (foto) 2008 <i>Entre Les Murs</i> de Laurent Cantet. Vencedor da Palma de Ouro de melhor filme é uma verdadeira obra-prima que tem sua temática totalmente voltada para a relação que Paulo Freire expos.</div>Pensa A Cabeçahttp://www.blogger.com/profile/07799901516520049785noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1736334649218349248.post-69685937647949845862010-12-18T21:12:00.000-08:002011-01-27T18:08:19.834-08:00Teorias da Moral (Rousseau & Kant VS Nietzsche & Sartre) – Parte 1<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: small;">Utilizando como inspiração o texto do blog sobre Pedagogia Libertária, quero iniciar uma discussão sobre as filosofias que baseiam ou podem basear as filosofias políticas que influenciam as diversas correntes pedagógicas.</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: small;">Ao invés de focar em correntes filosóficas específicas, preferi fazer críticas dirigidas aos filósofos. Mais uma vez neste blog proponho o embate, mas desta vez, analogamente aos ringues de luta-livre, feitos entre duas duplas: Rousseau e Kant contra Nietzsche e Sartre.</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: small;">Por sua vez não estarei tratando as idéias de cada pensador em separado, mas mesmo sabendo da diferença entre elas, como se fossem apenas dois pensamentos concorrentes.</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: small;">Escolhi os filósofos citados acima, pois quero tratar de um assunto que diz respeito direto a formação de todos os serem humanos, ou seja, diz respeito a educação. O tema é a moral e estes nomes expuseram idéias muito relevantes sobre o objeto de estudo, seja de forma indireta ou mais direta, como Nietzsche. Quero acrescentar que a escolha é também mais por uma questão pessoal, que gira em torno de quase uma admiração e “ódio” para com estes filósofos. </span><span style="font-size: small; line-height: 115%;">O que penso ao dizer isso é que, sabe-se que existe mais uma serie de pensadores que poderiam ser visados, mas por razões que não precisam ser discutidas aqui, os estudados serão estes quatro, e principalmente, as opiniões expostas apesar de serem parciais e pessoais também são baseadas nos escritos destes homens</span><span style="font-size: small;">.</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-size: small;">Começarei expondo o que considero ser a corrente dos demagogos, a corrente defendida pela elite dominante e pela igreja em geral. A corrente que deseja e que exerce a ideologia do erro, a ideologia conforme definido por Marx. A mesma corrente que é utilizada maciçamente na educação na maioria de nossas escolas. Ela ainda é muito aceita, e afirma que devemos ter uma crença para nortear nossas ações como seres sociais. Ela não admite que possamos viver sem algum tipo de essência, pois, como seres sociais, somos corrompidos pela sociedade e a "tentação" de agirmos sob atitudes sociais negativas visando apenas o nosso interesse pessoal seria algo inevitável. O suíço Rousseau é um dos que seguia esta linha de pensamento, somente admitindo que pessoas que não possuem uma crença religiosa poderiam viver na sociedade se agissem de acordo com uma certa “religião civil”, que a grosso modo seria aceitar que as leis criadas pelos homens, e que normalmente são a transmutação das leis divinas para a sociedade civil, devem ser tomadas como essências para nossas ações. Quem não aceitar nem a “religião civil”, nem as “religiões dogmáticas” deveria ser banido da sociedade.</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TQ2TSEgtlwI/AAAAAAAAAIs/wUD5ft_8EZk/s1600/rousseau.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TQ2TSEgtlwI/AAAAAAAAAIs/wUD5ft_8EZk/s320/rousseau.jpg" width="251" /></a></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Jean-Jacques Rousseau</span></td></tr>
</tbody></table><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-size: small;"> </span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-size: small;">Já o russo Kant desenvolveu um teoria de evolução moral humana, e com certeza inspirou o psicólogo Piaget, teórico que é utilizado em grande escala como referencia a pedagogia moderna, que desenvolveu uma teoria baseada em Kant, mas mais específica, sobre a evolução moral humana, colocando que todo ser humano se desenvolve moralmente na sociedade de acordo com uma imposição de regras, imposição de moral, e isso acontece desde a infância até a vida adulta. As etapas do desenvolvimento moral, conforme Piaget aborda, são as seguintes: anomia, heteronomia, socionomia e autonomia. Quero apenas ressaltar a primeira e a ultima etapa, mas passando pelas outras duas. A anomia acontece normalmente na criança pequena, ainda no egocentrismo, onde não existem regras e normas. Ela deve ser direcionada pelos adultos e por suas necessidades básicas. Rapidamente, a segunda e a terceira etapa são as que o ser humano é levado a agir de acordo com regras, seja por imposição de outros, de adultos por exemplo, seja por imposição do grupo social a que pertence. Por ultimo vem a autonomia, que para Piaget, é a evolução máxima do ser humano. Ele, o ser humano, toma decisões a partir da aceitação de que há regras de conduta moral acima de qualquer egocentrismo e devem ser seguidas praticamente sem questionamento. Aceitando isso, as ações devem seguir visando uma relação social positiva. Essas regras de conduta moral citadas são as mesmas que Rousseau coloca como sendo as da “religião dogmática” ou da “religião civil”.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-size: small;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TQ2Tz4DdG8I/AAAAAAAAAI0/OXA_pkTddo8/s1600/Immanuel-Kant-Painted-portrait.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TQ2Tz4DdG8I/AAAAAAAAAI0/OXA_pkTddo8/s320/Immanuel-Kant-Painted-portrait.jpg" width="253" /></a></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Immanuel Kant</span></td></tr>
</tbody></table><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="font-size: small;"> O que acha dessa corrente que prega uma moral que permeia o seio da sociedade a regulando e a sustentado?</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Logo postarei a parte 2 desse texto que falará das idéias de Nietzsche e Sartre sobre o tema.</span></div>Pensa A Cabeçahttp://www.blogger.com/profile/07799901516520049785noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1736334649218349248.post-12452131517796663152010-12-18T16:20:00.000-08:002011-01-27T18:07:40.019-08:00"Pensar certo" sobre educação<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">Por fim: O texto revelador. Revelador por que foi por este texto que os anteriores foram postados, visando um prévio esclarecimento sobre este que talvez seja o assunto mais em voga em discussões recentes do PAC.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; font-size: small;">Com vocês a Pedagogia Libertária, a pedagogia do "pensar certo".</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b>PEDAGOGIA LIBERTÁRIA</b></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">A educação e o ensino brasileiro, na sua vertente pedagógica Libertária, de inclinação anarquista, marcou o final do século XIX e XX. As doutrinas anarquistas que fundamentam essa pedagogia foram trazidas pelos trabalhadores europeus que formaram as primeiras organizações do proletário urbano. As idéias anarquistas e comunistas foram divulgadas, assim como os ideais da pedagogia de cunho libertário e os sindicatos criaram escolas de orientação libertária. Mas foram sufocadas com o governo da Primeira República. </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">As escolas libertárias do inicio do século estão ligadas ao nome de João Penteado e Adelino Pinho, ambos militantes libertários, que tinham como modelo a Escola Moderna de Barcelona, criada pelo espanhol Francisco Ferrer y Guardia.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Papel da escola: preparação do indivíduo para a transformação da sociedade e para a autogestão. </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Método de ensino: não existem metodologias a serem aplicadas. O que existe é o grupo. Recusa qualquer tipo de autoridade. Todos decidem o que querem estudar. Cabe ao grupo fazer suas escolhas e se responsabilizar por elas, o grupo se autogestiona. Conteúdo é tudo que pode ser vivenciado. Nega-se toda possibilidade de transmissão de saberes prontos e acabados, que derivam de processos autoritários. </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Papel do professor: orientador do grupo. Se o aluno é livre, este também o é frente aos alunos. Ambos chegam a um consenso pelas necessidades do grupo. </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Hoje, sua influencia se reduz a núcleos de estudo ou no ensino informal. Seus preceitos libertários influenciaram renomados educadores, como Paulo Freire. </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Maurício Tragtemberg, anarquista, propôs uma discussão bem atual sobre a possibilidade de uma escola anti-autoritária e anti-burocrática. </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">“A autogestão da escola pelos trabalhadores da educação – incluindo os alunos – é a condição de democratização escolar (...) Sem escola democrática não há regime democrático; portanto, a democratização da escola é fundamental e urgente, pois ela forma o homem, o futuro cidadão”. </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Em abril deste ano, assisti a uma palestra ministrada por José Pacheco, fundador da Escola da Ponte em Portugal, estudada no âmbito universitário devido sua característica extremamente libertária. Lá, os alunos são ensinados a fazer o seu planejamento de aula, não há conteúdos fixos, não há a presença do diretor, existem professores tutores que mediatizam as atividades dos grupos. Lembro muito bem de Pacheco falando que lá não há leis, pois as leis existem para corrompê-las. O que falta nas pessoas, segundo ele, é compreender, se colocar no lugar do outro. O professor, para trabalhar na Escola da Ponte, deve responder a um único critério: ter amor! Quando sua escola foi fundada, há mais ou menos 30 anos, recebia alunos em reabilitação, jovens penitenciários, meninos de rua, pessoas excluídas da escola, ou melhor, que a escola excluía. </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Pacheco disse que o ensino brasileiro já mostrou seu fracasso há mais de 100 anos. E nós continuamos a insistir em uma educação fracassada. Em São Paulo existe a escola Amorim Lima, citada por Pacheco, que tem por inspiração a Escola da Ponte.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Dessa forma a possibilidade dos alunos adorarem ir para a escola é mais provável, pois a escola é deles. Eles aprender a escolher, a ter idéias autônomas, a decidir o que é melhor para ele e para todos. Atitudes conscientes que transformam.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Giorgia </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TQ1PsSbq8II/AAAAAAAAAIo/O5nu-MW-Jr4/s1600/carton.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="http://1.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TQ1PsSbq8II/AAAAAAAAAIo/O5nu-MW-Jr4/s640/carton.jpg" width="466" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div>Pensa A Cabeçahttp://www.blogger.com/profile/07799901516520049785noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1736334649218349248.post-62621597103508718872010-12-18T14:02:00.000-08:002011-01-27T18:07:15.312-08:00Definindo o Comunismo e o relacionando ao Anarquismo (Marx vs Bakunin)<div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Segue mais um texto escrito por nossa colaboradora Giorgia.</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Achei muito pertinente esse pequeno texto sobre o comunismo, até mesmo por que essa temática, bem como a anarquista estão sendo constantemente referenciadas em nossas discussões.</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Com relação ao texto somente gostaria de acrescentar, que, como seguidor dos ideais anarquistas, eu discordo abertamente do comunismo, em especial do Marxismo. Para mim Marx é um ótimo filósofo teórico, mas um grande erro em se tratando de filosofia política.</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Os pontos que sou extremamente contra e que acho importamte ressaltar são:</span></div><ul><li><span style="font-size: small;">Centralismo político contra o federalismo anarquista;</span></li>
<li><span style="font-size: small;">Usurpação do estado contra destruição do estado;</span></li>
<li><span style="font-size: small;">Ação política (militância) contra a oposição a política dos anarquistas;</span></li>
<li><span style="font-size: small;">Ditadura do proletariado contra liberdade de decisões independente de visão de classe. Esse para mim o grande erro, visto que reflete o “pecado” do “One Best Way” instituído indiretamente por Descartes. O comunismo é o fim para uma sociedade e o anarquismo admite sua natureza incompleta e deve estar em constante mudança, evolução.</span></li>
</ul><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Agora fiquem com o texto.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TQ0taciuTPI/AAAAAAAAAIc/e9b-ifUTbKk/s1600/mihail-bakunin-ve-karl-marx.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="http://2.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TQ0taciuTPI/AAAAAAAAAIc/e9b-ifUTbKk/s400/mihail-bakunin-ve-karl-marx.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Karl Marx vs Mikhail Bakunin<span id="main" style="visibility: visible;"><span id="search" style="visibility: visible;"><span class="tl"></span></span></span></td></tr>
</tbody></table><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt;"> </span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b>O QUE É COMUNISMO?</b></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Relendo o livrinho “O que é comunismo” de Arnaldo Spindel, que havia lido pela primeira vez quando estava na oitava série, época obscura de profundas crises existências infanto-juvenis, encontrei alguns detalhes acerca da discussão entre comunismo, anarquismo e estado, bem como definições conceituais e de nomenclatura.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Primeiro, o autor especifica o processo do comunismo: a tomada do poder pela classe proletária e a passagem do sistema capitalista ao sistema comunista, via sistema socialista. Aqui encontramos três etapas: a revolução, o socialismo e por fim, o comunismo. Tanto Marx como Lênin falam em uma fase inferior e de uma fase superior do comunismo. O comunismo só pode existir após o advento do modo de produção socialista. </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">É interessante a semelhança e ao mesmo tempo a grande diferença entre comunismo e anarquismo. A tarefa revolucionária do proletário não é e nem poderia ser, numa primeira etapa, abolir o estado, como pretendem os anarquistas. É necessário passar pela etapa socialista, com o estado governando e organizando sociedade, do povo, com o povo e para o povo, até chegar ao comunismo. Ou seja, o estado irá acabando até chegar a sua morte. Neste ponto a humanidade estará frente a fase superior do comunismo.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">A sociedade socialista não é uma sociedade livre. Lênin diz que enquanto houver estado não haverá liberdade. O estado, na concepção marxista não passa de um instrumento de dominação de uma classe social sobre a outra, o estado nasce devido ao antagonismo entre as classes e, segundo Marx, Engels e Lênin, a humanidade caminha rumo a uma sociedade onde não existiriam classes sociais, o comunismo e evidentemente, numa sociedade sem dominação de uma classe sobre a outra, o estado iria desaparecer.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Em relação ao comunismo no âmbito brasileiro, percebemos que as idéias anarquistas predominaram de maneira clara no meio proletário, principalmente entre 1910 e 1920. Suas formas de organização não admitiam a necessidade do partido político do proletário. A partir de 1917, com a Revolução Russa, ocorre a passagem das idéias anarquistas ao comunismo, gerando certa confusão no meio dos militantes anarquistas brasileiros, que estavam vendo a possibilidade de uma ditadura proletária.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Sabemos que é praticamente impossível tentar compatibilizar a doutrina comunista marxista com a doutrina libertária anarquista. As discussões entre os expoentes máximos destas duas linhas, Marx e Bakunin, jamais haviam conseguido alcançar esta compatibilidade. </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Giorgia de Oliveira Moreira</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Curitiba, 16 de dezembro de 2010.</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">SPINDEL, Arnaldo. O que é comunismo? Editora Brasiliense, 14ª Edição; São Paulo:1985. (Coleção Primeiros Passos, Vol. 2)</div>Pensa A Cabeçahttp://www.blogger.com/profile/07799901516520049785noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1736334649218349248.post-21594464548827736432010-12-14T19:04:00.000-08:002011-01-27T18:06:54.059-08:00Anarcopedagogia – Princípios<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">Há oito anos venho dedicando meus estudos á educação e história, e nesses últimos anos mais precisamente á educação e filosofia. Quando iniciei minhas primeiras reflexões a cerca do processo educacional e social em que a educação e escola estão envolvidos, vi ali uma profunda significação para meus ideias anarquistas que vinha formulando na época. Na verdade, eram pensamentos muito mais ligados a Marx e ao socialismo, no qual dediquei meus estudos mais aprofundados.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">Hoje, no último ano do curso de Pedagogia, declaro estar completamente ciente de minha posição em relação a educação, sociedade e filosofia. Delimito meus princípios religiosos: ateísta; filosóficos: existencialista; social: anarquista. Concepção de homem: um ser inacabado. Princípio pedagógico: revolucionário, radical, crítico-reflexivo.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">A Pedagogia é a ciência que estuda a educação, e educação diz respeito a existência humana em toda sua duração e em todos seus aspectos. É o processo pelo qual a sociedade forma seus membros, a sua imagem e a seus interesses. Sendo o homem um ser inacabado, a educação é a busca pela sua completude, pois o homem constitui a si mesmo ao longo de sua existência. É na existência que o homem constrói sua essência e o ser alienado, conforme ideologia de Marx, é um ser privado da busca de sua essência. Educar é desalienar. Aqui geramos o primeiro ponto de ramificação teórica: a relação entre filosofia e pedagogia.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">É através da educação que formamos mentes e pensamentos, e o grande palco para esse fenômeno é a escola. Escola é local de produção e reprodução de conhecimento científico, artístico, histórico, filosófico, social e cultural. Segundo Saviani, a escola é o local de transmissão e assimilação dos conhecimentos e saberes produzidos pela humanidade ao longo do seu processo histórico.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">Sempre defendi a educação como a principal arma de transformação social. É adquirir uma postura crítica frente aos fenômenos sociais, é pensar a sociedade disposta a mudança, igualitária, justa, é tornar o conhecimento democrático, buscando uma autonomia de pensamento ético capaz de gerar um verdadeiro anarquismo filosófico e social. Eis o segundo aspecto a ser ramificado: como a educação compreende a sociedade?</span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TQgtcaVQrnI/AAAAAAAAAII/XbcdvrZ_MpY/s1600/Demerval_saviani.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TQgtcaVQrnI/AAAAAAAAAII/XbcdvrZ_MpY/s320/Demerval_saviani.JPG" width="276" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Demerval Saviani</td></tr>
</tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TQgvE2XlQbI/AAAAAAAAAIQ/9PrPYWvvS9M/s1600/paulofreire805_1970s_freire_p451.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TQgvE2XlQbI/AAAAAAAAAIQ/9PrPYWvvS9M/s320/paulofreire805_1970s_freire_p451.jpg" width="308" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Paulo Freire</td></tr>
</tbody></table><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">Texto:</span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">Giorgia de Oliveira Moreira</span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;">@giorgiadoors</span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: small;"><span style="line-height: 115%;"><br />
</span></span></div>Pensa A Cabeçahttp://www.blogger.com/profile/07799901516520049785noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-1736334649218349248.post-68783858288015905282010-12-12T20:55:00.000-08:002011-01-27T18:06:23.918-08:00O Anarco-cristianismo de Leon Tolstoi<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: small;"></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: small;"></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><b>"Os anarquistas estão certos [...], na negação da ordem existente, [...]. Erram somente em pensar que a anarquia possa ser instituída por uma revolução. Ela vai ser instituída somente quando houver mais e mais pessoas que não exigem a proteção do poder público [...]. Só poderá haver uma revolução permanente se esta for uma revolução moral: a regeneração do homem interior."</b></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Ensaio <i>A Anarquia</i> (1900) Leon Tolstoi</span><br />
<br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: small;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TQWmYabFMgI/AAAAAAAAAEM/lGNv-NAJMbA/s1600/tolstoi_revista1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="377" src="http://4.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TQWmYabFMgI/AAAAAAAAAEM/lGNv-NAJMbA/s400/tolstoi_revista1.jpg" width="400" /></a></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Ainda sob influência do livro “A História das Idéias e Movimentos Anarquistas – Vol.1 A Idéia” de George Woodcock – livro que apresenta em ordem cronologia e com uma riqueza de detalhes históricos admirável a evolução da filosofia política anarquista, descrevendo uma breve 'biografia de idéias' dos principais teóricos desse movimento, finalizando o trabalho com a de Leon Tolstoi, com o capítulo intitulado “O profeta” – o qual li em novembro, acabei por continuar a saga dos anarquistas lendo, desta vez um romance: “A Morte de Ivan Ilitch” de próprio Leon Tolstoi. O livro foi publicado pela primeira vez em 1886 e é uma das obras-primas de sua ficção, escrito pouco depois de sua conversão religiosa ao cristianismo no final de 1870.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Esta foi a primeira obra completa que li de Tolstoi. Já tinha lido alguns contos e o admirava principalmente pelas obras adaptadas ao cinema, em especial uma obra baseada no conto “A Nota Falsa”, o filme “O Dinheiro” de Robert Bresson de 1983.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Vários aspectos me interessaram na obra e na pessoa do Leon Tolstoi. É sabido que ele é reconhecido com um dos maiores, se não o maior, romancistas que este mundo já viu. Duas de suas obras, o imenso painel-afresco histórico-social, sua maior obra, “Guerra e Paz” e o grande romance social e psicológico “Anna Kariênina”, são obras-primas da literatura universal, unanimemente apontadas como dois dos maiores romances de todos os tempos, e este “A Morte de Ivan Ilitch” é considerada por muitos a novela mais perfeita da literatura mundial. Entretanto não é este aspecto que mais me chamou a atenção, mas algo relacionado a sua personalidade: sua posição anarquista e cristã. Talvez até mesmo ele sentisse isso olhando criticamente sua vida, pois, embora extremamente bem-sucedido como escritor e famoso mundialmente, Tolstoi atormentava-se com questões sobre o sentido da vida e, após desistir de encontrar respostas na filosofia, na teologia e na ciência, deixou-se guiar pelo exemplo da vida simples dos camponeses, a qual ele considerava ideal. A partir daí, teve início o período que ele chamou de sua "conversão".</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Tolstoi converteu-se ao cristianismo, seguindo seus ensinamentos, mas os interpretando ao pé da letra, tornando seu cristianismo humanista, ao contrário da abordagem moderna, que conforme aprestada por Nietzsche em seu “O Anticristo” é niilista por essência. Essa visão cristã exacerbada aos moldes do cristianismo primitivo é que permite a aproximação entre duas filosofias tão antagônicas como cristianismo e anarquismo.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Vislumbra-se a possibilidade de um anarquismo em seu cristianismo logo na postura humanista adotada: o escritor possuía uma religiosidade sem os dogmas irracionais, que, para ele, serviam para dominar o povo, e eram, ou são, alguns dos conceitos mais caros à Igreja, convergindo com as idéias de Nietzsche. Considerava e seguia a doutrina de Jesus, mas achava impossível, por exemplo, que Jesus pudesse ser um homem e um Deus, ao mesmo tempo. Para Tolstoi, Deus estava nas próprias pessoas e em suas ações.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Em suas atitudes e seus escritos após sua conversão vê-se o anarquismo de forma mais clara: tornou-se vegetariano e passou a vestir-se como camponês, convenceu-se de que ninguém deve depender do trabalho alheio e passou a limpar seus aposentos, lavrar o campo e produzir as próprias roupas e botas e, por fim, decidiu abrir mão de receber os direitos autorais dos livros que viria a escrever.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Porém, não conseguia alcançar a simplicidade em que acreditava, isso talvez pela culpa de ter sido <span class="longtext"><span lang="PT">um rico membro da nobreza russa, </span><span title="">chegando a acreditar que era indigno da riqueza herdada.</span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><span class="longtext"><span lang="PT">Mas é em sua morte que vemos personificado seu mais profundo anarquismo e o quanto este fazia parte de sua doutrina cristã: </span></span>sua família, especialmente a mulher Sônia, cobrava-lhe os luxos e riquezas aos quais estavam acostumados. Os filhos davam razão a mãe, a quem Tolstói amava e que ameaçava se matar quando o escritor fazia menção de abandonar a casa. Aos 82 anos de idade, Tolstoi decide, enfim, fugir de casa e abandona a família para largar aquela vida na qual ele não mais acreditava. Durante alguns dias a fuga foi um sucesso, porém, devido a sua preferência em viajar em vagões de terceira classe, onde havia frio e fumaça, o já debilitado escritor contraiu uma pneumonia, que foi se agravando rapidamente. No dia 20 de novembro de 1910, o velho escritor morreu durante a fuga em uma estação de trem.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Esses últimos dias de sua vida lembram muito os de Ivan Ilitch, quando um homem procura um sentido para sua existência ao vislumbrar a morte iminente, repudiando o ambiente em que viveu e estabeleceu-se, o qual acreditava, até então, ser o mais correto e feliz.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><b>Sobre o livro:</b></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">“A Morte de Ivan Ilitch”</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Autor: Leon Tolstoi</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Tradução: Vera Karam</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Coleção L&PM Pocket, vol. 16</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Ilustração da capa: Obra de Frederic Bazille, “Monet depois de seu acidente” (1866)</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Preço médio: R$ 12,00</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TQWky0lzixI/AAAAAAAAAEE/T3bv8SALpNA/s1600/44644_4.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="312" src="http://4.bp.blogspot.com/_z928ytYIGpE/TQWky0lzixI/AAAAAAAAAEE/T3bv8SALpNA/s400/44644_4.JPG" width="400" /></a></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 13pt;"> </span></div>Pensa A Cabeçahttp://www.blogger.com/profile/07799901516520049785noreply@blogger.com0