segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Os Velhinhos contra Nolan, Anderson e Aronofsky

Mais um texto sobre cinema. Segue algo que escrevi dias atrás, quando passou na televisão paga 4 filmes do Clint Eastwood no mesmo dia.

Sou um grande admirador do Clint Eastwood, a meu ver o um dos ótimos cineastas americanos da última década.
Analisando alguns dos cineastas americanos mais em evidencia, os Pop’s: Christopher Nolan, PT Anderson, Aronofsky e Woody Allen, podemos comparar o número de filmes realizados por estes nos últimos 10 anos.
Clint: 11 filmes; Nolan: 6; Anderson: 4; Aronofsky: 4; Allen: 13.
Impressionante como os velhinhos, Clint de 80 anos e Allen com 75, estão muito mais na ativa e isso comparando com grandes realizadores contemporâneos nos EUA.
Para Clint pesa, mais um Oscar com “Menina de Ouro” e outros excelentes filmes, como “Sobre Meninos e Lobos”, “Cartas de Iwo Jima”, “Gran Torino” e “Invictos”.
Para Allen pesa seu grande número de trabalhos e alguns bons filmes, como “Match Point”, o último “Tudo pode dar certo” e um ótimo “Vicky Cristina Barcelona”, sua última obra-prima.
Os demais cineastas, tristemente, praticamente não erram, mas pouco tentam. Ficamos então, anos a espera de seus lançamentos.
Gostaria, portanto de fazer uma comparação com mestre Ingmar Bergman que passou 30 anos de sua carreira fazendo em média 1 filme por ano.


terça-feira, 12 de outubro de 2010

Co-piloto e Navegador - Parte 2

Segue um texto que escrevi quando comecei a ler "O Anticrsito" de Nietzsche:

Nunca li nenhum livro do Nietsche, somente artigos, breves biografias e fiz alguns estudos acadêmicos sobre ele. Mesmo com esse pouco conhecimento já o admirava como nenhum outro, ou pelo menos, tanto quanto Sartre. Nesses estudos, sempre considerei sua temática muito pertinente aos problemas contemporâneos, em especial a moral. Seu super-homem me parece uma antecipação e uma personificação da liberdade pregada por Sartre. A liberdade que considero uma das maiores contribuições práticas da filosofia ao homem, senão a maior. Uma pena que não é aplicada como deveria.
Por algum motivo, um erro fez parte de meu aprendizado sobre Nietzsche. Este super-homem, conforme me foi apresentado ou conforme foi à maneira que compreendi, era, para Nietzsche, algo impossível de ser alcançado. Agora que estou lendo pela primeira vez um livro de Nietsche – “O Anticristo - Maldição contra o cristianismo” – entendi que o super-homem já existe, podendo ser encontrado, conforme nosso filósofo cita, em gerações, tribos e povos inteiros. Este aprendizado me fez admira-lo ainda mais e da mesma forma o aproximou de Sartre. Não entendia como um homem que parecia viver a liberdade de Sartre poderia negá-la. E não consigo entender, agora ainda mais, como alguns separam de forma tão intensa a filosofia de Sartre e Nietzsche. Estes gênios modernos devem ser sempre lembrados, Nietzsche principalmente por sua contribuição a identificação dos males da moral e Sartre por provar tecnicamente o quanto é possível viver livre desta moral tornando-se o super-homem pregado pelo primeiro.

sábado, 9 de outubro de 2010

Tropa de Elite e Orkut

A produção cinematográfica brasileira, como na maior parte do mundo, é a priori autoral. Exclui-se deste tipo de produção especialmente os filmes executados em Hollywood. Nosso cinema, pelas necessidades da indústria, poderia ser aos moldes da Nouvelle Vague, e já foi bem parecido com este movimento, a citar com o Cinema Novo e talvez até mais ainda com o Cinema Marginal. Hoje em dia o diretor ainda tem sua importância elevada, mas os acordos de divulgação, investidores e produtores, entre outros fatores, afetam de forma significativa o resultado final de um trabalho. Gostaria de citar um realizador, termo preferido por Bresson, que ainda promove, apesar dos contras, um cinema razoavelmente autoral no Brasil: José Padilha. Ele como uma das mais importantes figuras de nosso cinema, têm 3 excelentes  trabalhos na conta, “Ônibus 174”, documentário de 2002, “Tropa de Elite”, filme de 2007 que venceu o Urso de Ouro no Festival de Berlim do ano seguinte e o recém lançado “Tropa de Elite 2”. Exatamente no dia do lançamento do Tropa 2, fui assisti-lo no cinema, no meio de toda aquela bagunça dos dias de lançamentos mais esperados no Brasil: gritos, gargalhadas sem por que, aplausos para tiros e socos, e comentários desnecessários. Mas, apesar disso pude apreciar o filme de forma aceitável. Ao chegar em casa, como de costume, acesso a rede do Orkut e entro na “comunidade” do filme e para minha surpresa esta já estava com mais de 14 mil membros, mas tudo bem, pois ela foi criada no mês de julho. Para conferir busquei a comunidade do Tropa de Elite, o primeiro, e vejo que esta possui mais de 360 mil membros. Neste ponto voltamos a questão do cinema autoral. Sabendo que estes filmes são realizados por um verdadeiro cineasta autoral, fui atrás da comunidade do realizador. Esta possuía 266 membros. Fazendo relação matemática cheguei a conclusão que cerca de 0,08% do público se preocupa com o autor do filme, e isso falando de um homem que é responsável, pelo roteiro, argumento, produção e direção de seus trabalhos. É claro está conclusão é obra de mero empirismo e positivista. E os dados utilizados são muito fracos. Mas mesmo assim não deixa de ser interessante a forma como a maioria das pessoas analisa, ou deixa de analisar, um trabalho feito com tanto esforço por parte de seus realizadores.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Co-piloto e Navegador

 Nietzsche é meu co-piloto por que ele dá a direção ética (amoral) em que devo seguir.


Sartre é meu navegador por que ele me mostra que o mundo é feito de possibilidades e que a escolha só depende de mim.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

"O Segredo". Alguem lembra?

Venho colocar em discussão um fenômeno comercial de nem 5 anos atrás: "O segredo" franquia que passou de filme para livro e vai saber mais o que...
Observa-se que esta franquia já foi razoavelmente esquecida, o que é comum.
Ao contrário de franquias recentes como “Crepúsculo”, esta não foi alimentada em especial por jovens bitolados, mas, por todos os tipos de membros da sociedade, desde donas de casa até executivos de corporações, por exemplo.
E, no entanto, não foi por pura diversão ou influencias socionômicas que esta se estabeleceu, a meu ver, principalmente pelo desejo, seja ele movido pela ganância ou pela benevolência.
O ponto mais chocante para mim é o mecanismo (comportamento) difundido por este “segredo”.
Ele é completamente dogmático e motivo pela fé.“Santa” ignorância.
Confesso que na época de seu lançamento fiz questão de passar longe de qualquer conhecimento sobre este assunto, mas hoje ao ver em algum lugar o logotipo de “O segredo” fiquei intrigado; - pesquise sobre o que se tratava - como este estrondoso sucesso praticamente deixou de existir em minha mente? Será que ele ainda existe na mente das pessoas que o compraram? Será que algum dia ele existiu nessas mentes?
A resposta positiva ou negativa é irrelevante, se o dogma da fé permanece, mesmo que não seja praticado.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Primeiro post - Eleições 2010

Vou começar os posts no blog com um texto recortado do twitter @pensa_a_cabeca sobre as eleição de hoje (só para inaugurá-lo):


Hj é conveniente um comentário sobre as eleições, especialmente devido a expressiva votação alcançada p/ nosso grande inspirador Tiririca.
Vi alguns moralistas fazendo críticas a eleição deste p/ a câmara federal.
Concordo q a maioria dos votos recebidos p/ ele sejam p/ manifestar uma certa insatisfação do eleitorado.
Entendo desta forma até pela sugestiva frase utilizada na campanha:
“Vote no Tiririca, pior q não fica.” O que a meu ver deve ser verdade.
Agora, considerar um erro esse tipo de voto, é transferir a culpa.
Este fenômeno acontece por incompetência crônica dos políticos, corrupção, etc... causando uma provável desilusão no eleitor.
E talvez ocorra principalmente pela obrigação de votar.
Um dia houve um movimento chamado “Diretas Já”, talvez é hora de acontecer outro movimento: “Não obrigatoriedade para daqui a 2 anos”
E; parabéns pro Tiririca!!!

Bom, aí está o que foi postado no twitter. Com este texto gostaria de alimentar uma possível reflexão sobre a obrigatoriedade de votar, e o papel dos eleitores e políticos, eleitos ou não, nesta que é uma das grandes “festas” da chamada democracia brasileira.